A ATUAÇÃO DO PSICOLÓGO NAS ORGANIZAÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS QUE ATENDEM À PESSOA COM O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Psicologia; Inclusão; Políticas Públicas; Terceiro Setor; Transtorno do Espectro Autista
A inserção da Psicologia no âmbito das políticas públicas inclusivas no Brasil, convoca para uma atuação voltada ao compromisso social, ético e político da profissão. Os paradigmas inclusivos da segregação, institucionalização, normalização, integração e inclusão, trazem em si concepções acerca da diversidade ensejada em meio às desigualdades e exclusão. No contexto social, as Ong´s que integram o chamado “terceiro setor” ganham força, pois na medida em que suavizam as tensões sociais desresponsabilizando o Estado, desempenham um papel fundamental na execução das políticas sociais destinadas a grupos específicos, a saber as pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O objetivo desse trabalho é compreender a atuação do psicólogo nas organizações não governamentais que integram o “terceiro setor” na cidade do Natal, Rio Grande do Norte que atendem a pessoa com TEA. Entrevistas semi-estruturadas foram realizadas com 09 psicólogas. Os resultados indicam a psicoterapia individual como prática psicológica predominante, reforçando o modelo clínico tradicional da Psicologia. Além disso, as psicólogas demonstraram não conhecerem as políticas públicas específicas destinadas à clientela atendida, revelando uma práxis despolitizada, a-crítica e inadequada para a realidade social a qual se inserem esses sujeitos. Por fim, defende-se que a Psicologia deve se reinventar em seus saberes e práticas, articulando referenciais teóricos e metodológicos com ação política, na tentativa de minimizar as desigualdades socais e a exclusão.