Banca de DEFESA: ANA IZABEL OLIVEIRA LIMA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANA IZABEL OLIVEIRA LIMA
DATA : 31/08/2017
HORA: 14:00
LOCAL: Laboratório de Psicologia
TÍTULO:

Trabalho e saúde mental: o caso dos agentes do sistema prisional no Rio Grande do Norte


PALAVRAS-CHAVES:

sistema prisional; agentes penitenciários; condições de trabalho; saúde mental; álcool e drogas.


PÁGINAS: 187
RESUMO:

Os Agentes Penitenciários/APs estão constantemente expostos ao stress e têm seus cotidianos marcados pelo

contato com situações de violência, agressão e ameaças, fatores associados ao surgimento de enfermidades

ocupacionais, como Transtornos Mentais Comuns e consumo de abusivo/dependente de substâncias

psicoativas. Em função disso, objetivamos investigar a relação entre trabalho e saúde mental entre agentes

penitenciários do Rio Grande do Norte. Como objetivos específicos, tem-se: investigar a incidência de

Transtornos Mentais Comuns; identificar os padrões de uso do álcool e de outras drogas e os possíveis

problemas associados a essa prática; conhecer os recursos formais (rede de saúde, assistência social, justiça) e

informais, utilizados pelos agentes penitenciários no cuidado em saúde mental e uso de álcool e outras drogas e

problemas de saúde relacionados ao trabalho; investigar as condições e processo de trabalho do AP e seus

efeitos (riscos e potencialidades) em termos da saúde mental. Situada no universo da pesquisa-intervenção, a

presente pesquisa de doutoramento teve duas etapas. A etapa 1 constou do mapeamento da incidência de

Transtornos Mentais Comuns/TMC e padrão de consumo de drogas entre agentes penitenciários do Rio Grande

do Norte. Das 34 Unidade prisionais do estado, 19 fizeram parte deste estudo. Do total de agente penitenciários

do estado (902), 403 participaram da coleta de dados. Como ferramentas metodológicas, utilizamos o Self-

Reporting Questionnaire (SRQ-20), ASSIST (Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test) e

questionário sociodemográfico, além de observação participante e diário de campo. Dos 403 agentes

penitenciários, 66 estão lotados nos 05 Centros de Detenção Provisória e 337 em 14 penitenciárias. Os

resultados apontam para uma incidência de casos suspeitos de TMC de 23,57% e consumo abusivo/dependente

em tabaco (8,69%), álcool (22,4%), maconha (1,74%), cocaína (0,74%), anfetamina (uso nocivo 0,25%),

inalantes (0,25%), hipnóticos (0,30%). Depois de processados os dados da etapa 1, desenvolvemos a etapa 2

que consistiu em visitas regulares às unidades Prisionais de agentes que apresentaram maiores índices de

Transtornos Mentais Comuns e consumo abusivo/dependente de drogas e entrevistas semiestruturadas com

gestores das unidades prisionais, com os agentes e familiares, focando nos riscos e potencialidades à saúde

mental relacionados às condições e ao processo de trabalho do agente dentro e fora do presídio. Alguns fatores

apresentam-se como determinantes desse quadro: possuir outra ocupação, essa ocupação é na área de

segurança, ter mais 10 anos de profissão, e dobrar de turno mais de uma vez no último mês. Esses resultados

sugerem a necessidade de atentar para as características das condições e processos de trabalho no cárcere,

como procedimentos rígidos e controlados, falta de conhecimento em relação aos procedimentos adotados no

dia a dia de trabalho, exigência de estado de alerta constante, altas demandas e risco de vida. Para o

estabelecimento de ações diante desse cenário, apostamos em ações que se proponham intersetoriais (que

considerem as forças que atuam nas lógicas prisionais e trabalhistas, mas consigam cuidar do sofrimento do

agente, restaurar o máximo possível as relações dos agentes e seus familiares, diminuir o sentimento de

abandono e a necessidade de ser ideal), possibilitando o desenvolvimento de políticas e programas específicos

para essa categoria profissional, no intuito de minimizar os efeitos danosos do trabalho no cárcere.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 2290876 - ANTONIO ALVES FILHO
Externo ao Programa - 1033183 - FELLIPE COELHO LIMA
Externo à Instituição - JOAO PAULO SALES MACEDO - UFPI
Presidente - 1293170 - MAGDA DINIZ BEZERRA DIMENSTEIN
Externo à Instituição - TELMO RONZANI - UFJF
Notícia cadastrada em: 01/08/2017 09:03
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