A Atuação dos Psicólogos nos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador
Psicologia, Saúde do Trabalhador, Políticas Públicas
O campo da Saúde do Trabalhador não está presente, ou aparece de forma limitada na formação do Psicólogo. No entanto observa-se de um lado, como fruto da expansão dos cursos de Psicologia, a oferta cada vez maior de profissionais para atuar não só na área do Trabalho como em diversas outras. De outro, uma demanda (das empresas, do Estado e mesmo dos trabalhadores, nos sindicatos) para que as áreas psi respondam aos impactos do trabalho (e da ausência, no caso do desemprego) na saúde mental. O campo da Saúde do Trabalhador se consolida como política pública no Brasil a partir da Constituição Federal de 1988, e em 2002, os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) torna-se a principal política, considerado “polo irradiador”. O psicólogo atua nessas unidades de referência desde a sua formação e compreende-se a importância de investigar a sua atuação. O presente trabalho é um estudo sobre a articulação entre a atuação dos psicólogos nos CERESTs e o campo teórico-político da Saúde do Trabalhador. Para tanto, foi realizado um questionário on line com psicólogos que atuam nos CERESTs, em que obteve-se 48 respostas. A análise é dividida em quatro tópicos: (1) dados e perfil do psicólogo, (2) atividades do psicólogo no CEREST, (3) cenário do serviço e da política e (4) estratégias de ação. O estudo apresentou limites presentes desde a formação à prática cotidiana, e permitiu compreender as dificuldades em efetivar as propostas em Saúde do Trabalhador diante das condições impostas por um modelo de Estado neoliberal, mais do que relacionadas ao compromisso ou não do profissional. Além de identificar tais limites, também aponta estratégias de ação para uma atuação mais alinhada com o campo, algumas propostas pelos profissionais.