Dispositivo Serviço Escola de Psicologia na formação para as políticas sociais de saúde e assistência social
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No Brasil, o Serviço Escola constitui-se normativamente com um dispositivo indispensável para o reconhecimento dos cursos de formação de psicólogos pelo Ministério da Educação. As políticas sociais de saúde e assistência social têm se constituindo como áreas de importante empregabilidade para essa categoria profissional, mas apresentam enormes desafios à formação. O objetivo deste trabalho é analisar o funcionamento dos Serviços Escola de Psicologia (SEP) das Instituições de Ensino Superior de Natal compreendidos enquanto dispositivo fundamental da formação para atender às atuais demandas do trabalho do psicólogo nas políticas de assistência social e saúde. Para tanto buscou: a) caracterizar as práticas psicológicas desenvolvidas nos SEP; b) relacionar as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Psicologia com as habilidades e competências desenvolvidas nos SEP para atuação nas políticas de assistência social e saúde; c) mapear as formas de inclusão dos SEP nas redes delineadas por tais políticas; e por fim, d) discutir proposta de funcionamento para os SEP na perspectiva de sua integração aos demais cursos que compõem o rol de categorias profissionais que atuam no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e de Saúde (SUS). Foram realizadas 29 entrevistas com 13 supervisores acadêmicos; 08 supervisores de campo e Técnicos de Nível Superior (TNS) e 08 gestores, sendo 04 de Serviço Escola e 04 dos cursos de graduação. Foram também aplicados questionários com 57 estagiários e 24 egressos. Além disso, realizou-se duas rodas de conversa e uma oficina de trabalho com psicólogos vinculados ao CRP. Observamos que a maioria dos SEP não estão acompanhando as Diretrizes Curriculares Nacionais no que se refere à ampliação da formação para atuação do psicólogo em variados contextos. Ademais, continuam focando suas atividades para a formação do profissional liberal, distantes das políticas públicas. Os resultados apontam para a predominância do modelo de atenção baseado na psicologia clínica tradicional, embora a articulação com as redes de saúde e assistência social já possa ser timidamente visualizada. Diferentes modalidades de práticas também foram detectadas para além das psicoterapias e avaliação psicológica. Contudo, os SEP ainda se encontram isolados, seja dos demais cursos que compõem o rol de categorias profissionais que atuam nesse âmbito, seja dos serviços de saúde e de assistência social.