Banca de DEFESA: KAMILA SIQUEIRA DE ALMEIDA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: KAMILA SIQUEIRA DE ALMEIDA
DATA: 23/04/2015
HORA: 09:00
LOCAL: Laboratório de Psicologia
TÍTULO:

Urbanização e modos de vida: debate sobre determinação social da saúde na

cidade


PALAVRAS-CHAVES:

saúde urbana, saúde mental, território, Vila de Ponta Negra.


PÁGINAS: 188
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

As desigualdades em saúde constituem o centro da relação entre condições de vida,

recursos sociais, assistência e situação de saúde, sobretudo em contextos urbanos.

Destaca-se a importância de compreender as raízes, mecanismos e dinâmicas das

desigualdades sociais e como estão dispostas de forma singular nos territórios. No Brasil,

atualmente, mais de 85% da população é urbana. O processo acelerado de urbanização

produziu cidades extremamente desiguais, marcadas pela força do capital imobiliário,

informalidade, pobreza, infraestrutura inadequada e degradação ambiental. Esse

quadro nos leva a questionar de que forma tais aspectos condicionam a saúde e, mais

especificamente, o sofrimento psíquico da população. Sendo assim, realizamos uma

pesquisa na Vila de Ponta Negra, localizada em Natal/RN, devido ao seu processo de

urbanização e configuração comunitária peculiar. Objetivou-se analisar a determinação

social da saúde mental e as estratégias de enfrentamento de seus moradores. Foram

realizadas 11 entrevistas com moradores da comunidade e 11 com profissionais da

Unidade Básica de Saúde de Ponta Negra, mapeamento dos recursos comunitários,

registros fotográficos, observação participante nas ruas e participação em grupos

comunitários. A história da antiga comunidade de pescadores e agricultores foi marcada

pelo conflito de terras e privatização do espaço em função das atividades turísticas e

imobiliárias. Isso produziu desigualdades sócio espaciais que influenciam os modos

de vida, consequentemente, na saúde mental da população. Identificamos mulheres

com familiares em situação de consumo e tráfico de drogas, que, somada à sobrecarga

de trabalhos domésticos estão associados a sintomas de “doença dos nervos”. Como

maiores problemas da vila os moradores detectam o tráfico de drogas e a violência; o

lixo; a carência de escolas e creches; a falta de segurança e de espaços recreativos,

o que é associado ao aumento do consumo de drogas. Há uma contradição no bairro,

ícone do lazer e da fruição, porém faltam alternativas favorecedoras da convivência, das

manifestações de cultura popular e práticas desportivas para os moradores. Quanto aos

profissionais de saúde, identificamos um conhecimento superficial sobre a comunidade,

indicando um trabalho desconectado do território, agravado pela ausência de equipe

de Saúde da Família. Foram identificados 21 recursos comunitários, além de grupos de

dança popular, porém pouca articulação entre eles. Como potencialidades, podemos citar

a presença e proximidade de serviços e comércio local, fortes relações de vizinhança e

a riqueza cultural. Dentre os grupos encontrados, destacamos a atuação de dois deles

para mobilização política e integração comunitária: o Coletivo das Dez Mulheres e a Feira

Feito na Vila. Concluímos que a despeito de uma história marcada por uma desigualdade

social ocasionada pela disputa pelo espaço, o que afeta fortemente a saúde dos seus

moradores, a Vila resiste e traz em sua dinâmica comunitária pistas importantes para sua

própria reabilitação.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - JOAO PAULO SALES MACEDO - UFPI
Presidente - 1293170 - MAGDA DINIZ BEZERRA DIMENSTEIN
Notícia cadastrada em: 23/03/2015 10:16
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