MASCULINIDADES E AS PRÁTICAS DE CUIDADOS EM TEMPOS DE PANDEMIA DE COVID-19
Masculinidades; Práticas de Cuidado; Pandemia da Covid-19.
Quando nos deparamos com cenário pandêmico de COVID-19 vivenciado por todo o mundo,
desde o começo de 2020 até 2022 estivemos submetidos a rearranjos relacionais, seja no
trabalho, nas relações sociais e familiares, para podermos superar as dificuldades impostas para
preservação da vida, no qual foi necessário fazer o que se convencionou chamar de
distanciamento social para não propagação do vírus. Frente ao contexto de maior exposição de
homens ao vírus para sustentar o lugar do trabalhador e da necessidade de estar em casa para
que o vírus não se propague, surge uma problemática que conflita com a masculinidade do
homem como sujeito público, sendo necessário estar no ambiente privado. Nesse sentido,
objetivamos compreender como homens brasileiros lidaram com práticas de cuidado em tempo
de pandemia de COVID-19. Tendo como referencial metodológico as práticas discursivas,
utilizamos desta ferramenta para análise de entrevistas feitas com homens participantes de um
grupo terapêutico virtual gratuito. Concluímos que no cenário pandêmico, esses homens se
depararam com maior convívio entre familiares e consequentes problemáticas relacionadas ao
espaço doméstico, que reverberaram em situações conflitantes e angustiantes, expressando
necessidade de ressignificação do olhar para si e na relação com o outro. Espaços como o grupo
terapêutico e a atenção para a saúde mental foram marcados como essenciais para auxiliar nessa
mudança público-privado, assinalando a importância de espaços de escuta e fala para homens,
como espaços de cuidado e ressignificação das masculinidades e desinvestimentos de práticas
machistas e patriarcais.