AVALIAÇÃO DA COBERTURA VACINAL NO BRASIL: UM ESTUDO DE SÉRIE TEMPORAL DE 2000 A 2022
Programa de Imunização; Vacinação; Cobertura Vacinal; Morbimortalidade; Série temporal
O perfil epidemiológico da população brasileira, em 1980, caracterizava-se por elevada morbimortalidade por doenças transmissíveis. A missão do Programa Nacional de Imunizações baseia-se no controle, na erradicação e na eliminação das doenças preveníveis por vacinação. As insuficiências na cobertura vacinal podem aumentar o fardo das doenças infecciosas endêmicas e o risco de ressurgimento de agentes patogênicos eliminados. Diante disto, o presente estudo objetiva avaliar a cobertura vacinal no Brasil, a partir da série temporal de 2000 a 2022. Trata-se de um estudo ecológico de base populacional nacional, obtido por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, Ministério da Saúde. Para o cálculo das taxas de cobertura de vacinação foram utilizadas como variável dependente e a população dos referidos anos como denominador. As variáveis independentes foram regiões brasileiras, anos, faixas etárias e imunobiológicos, e foi utilizado para análise dos dados foi usado o Software Excel e o Joinpoint Regression Program. Os resultados preliminares obtidos neste estudo, apontam uma cobertura percentual vacinal geral da população brasileira acima de 80% nos anos de 2001, 2004, 2011, 2014 e 2015 e um declínio considerável a partir de 2016, sendo as menores taxas registradas nos anos de 2016 e 2021. A análise temporal dos estados da região Norte e Nordeste, possuem os menores índices na média geral da cobertura vacinal do período. Além disso, considerando houve quatro variações temporais com segmentos para explicar a autocorrelação nos períodos 2013-2016, 2016-2019 e 2019-2022, seguindo uma ordem decrescente, crescente e decrescente. Sobre a análise dos imunobiológicos foi possível perceber um leve crescimento de 2013 a 2015, seguida de uma queda significativa no ano de 2016, mantendo um comportamento de queda. Além disso, merece destaque a prevalência de alguns imunobiológicos como o Bacilo de Calmette-Guérin e a Poliomielite, com cobertura maiores que 90%, estes são ofertados para menores de um ano. Já o elenco para a faixa etária de 1 a 4 anos mostrou-se em queda obtendo em alguns estados uma cobertura inferior a 70% a exemplo da DTP, que imuniza Difteria, Tétano e Coqueluche. Houve uma variação entre os estados, e isso mostra a necessidade de uma efetiva atuação operacional e de planejamento na Imunização para fins de alcance de cobertura acima de 90%, fortalecendo a política de prevenção de agravos no Brasil.