Banca de QUALIFICAÇÃO: SALU COELHO DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : SALU COELHO DA SILVA
DATA : 12/01/2024
HORA: 14:00
LOCAL: meet.google.com/gjp-irqv-noe
TÍTULO:

Filogeografia e conservação do rivulídeo não-anual criticamente ameaçado Anablepsoides cearensis (Costa & Vono, 2009) na Caatinga

PALAVRAS-CHAVES:

Modelos de Nicho Ecológico, Espécies Ameaçadas, Marcadores Moleculares, Costa Semiárida, Mudanças Climáticas.

PÁGINAS: 59
RESUMO:

Os rivulídeos são os peixes de água doce mais ameaçados do Brasil. São pequenos, coloridos e possuem características peculiares em relação aos seus habitats, ciclo de vida e reprodução, o que lhes garante um alto endemismo. Esses peixes estão distribuídos por toda a região neotropical e podem ser classificados em dois grupos com base em suas adaptações à sazonalidade dos corpos d’água, o anualismo: espécies anuais em ambientes sazonais e não-anuais em ambientes perenes. A maioria dos rivulídeos do semiárido brasileiro são anuais, havendo uma baixa diversidade de espécies não-anuais. Na Caatinga, o único bioma exclusivamente brasileiro e a região semiárida mais populosa do mundo, existem 54 espécies, das quais apenas três são nãoanuais, e uma delas, o Anablepsoides cearensis (Costa & Vono, 2009), está classificada como criticamente ameaçada de extinção (CR). Apesar de sua distribuição restrita ás planícies costeiras do Ceará (CE), e de seu status como ameaçada, nunca foram realizados estudos ou ações de conservação que a incluíssem. Além disso, em 2017, sua distribuição foi expandida por uma nova ocorrência na bacia do rio Mundaú a 77 km ao oeste da localidade tipo na bacia do rio Anil em São Gonçalo do Amarante (CE), o que levanta questionamentos sobre a extensão real de sua distribuição, ou se pode ser até uma nova espécie. Portanto, este projeto buscou esclarecer sua distribuição geográfica, suas relações de parentesco, filogeografia, impactos das mudanças climáticas e por fim reavaliar seu estado de conservação. Para isso, foi utilizada uma abordagem baseada em Modelos de Nicho Ecológico para detectar áreas de potencial ocorrência, sendo integrada com análises genéticas moleculares para verificar distâncias genéticas e delimitar populações. A partir de um modelo inicial com A. cearensis e espécies aparentadas, foram feitas duas coletas que resultaram em novos registros e aprimoramento do modelo após cada amostragem. Como resultado, houve ampliação da área de distribuição de três para sete bacias. Identificaram-se, inicialmente, duas populações estruturadas e nenhuma distância genética que caracterizasse a existência de espécies crípticas. Sendo recomendada uma nova classificação de ameaça sob a categoria de "em perigo" (EN) e inclusão da ictiofauna nos planos de manejo de Unidades de Conservação (UC) presentes na região. As previsões indicaram que cerca de 27% da área atual será mantida em todos os cenários avaliados. Já em suas relações de parentesco são reafirmadas as hipóteses morfológicas, mantendo o agrupamento junto a espécies do clado A. urophthalmus.

MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - RENATA GUIMARÃES FREDERICO - UFMG
Externo à Instituição - PABLO ARIEL MARTINEZ - UFS
Presidente - 1865104 - SERGIO MAIA QUEIROZ LIMA