AS TRAJETÓRIAS DE EGRESSOS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR DO IFRN NO MERCADO DE TRABALHO: ENTRE FUGAS E PERMANÊNCIAS
Ensino Superior; Fuga de cérebros; Interiorização; Institutos Federais; Políticas Públicas.
As mudanças ocorridas no cenário das políticas públicas sob o comando da esfera federal tem proporcionado contrastes diversos sob o local e regional com a presença dos Institutos Federais (IFs) interiorizados, mas também pela ausência de maiores investimentos nos arranjos produtivos, culturais, sociais, ciência e tecnologia para a potencialização da pesquisa e inovação, que direta e tem indiretamente contribuído para que os talentos vislumbra melhores oportunidades de vida em outros lugares que não o seu de origem. A expansão dos IFs em direção ao interior dos estados brasileiros pode não ter alcançado a articulação pretendida entre os objetivos da política pública educacional da rede federal para o desenvolvimento local e regional com os seus arranjos, que nesse caso pode estar contribuindo para potencializar a saída da população altamente qualificada para outros municípios do território nacional, para outros países e para atuar e serem absorvidos em áreas que não correspondem à sua formação. No caso do Nordeste brasileiro, a realidade pode ter colocado em destaque a migração da população, com destaque o Rio Grande do Norte e os municípios do interior do estado. O objetivo central do trabalho versa sobre a análise da fuga de cérebros de egressos do ensino superior dos IFs com destino a centralidades urbanas de maiores níveis hierárquicos como avaliação da política pública de criação da RFEPCT em consonância com a sua expansão para áreas interioranas no Rio Grande do Norte, com destaque os municípios de Caicó, Currais Novos, Ipanguaçu e João Câmara. Para alcançar tal feito é utilizada as teorias do capital humano e da fuga de cérebros com auxílio de metodologias mistas, entre essas estão: revisões sistemáticas; coleta e análise documental (leis, decretos, projetos, programas); triangulação e coleta de dados primários via survey com utilização de questionários estruturados para egressos, além de entrevistas semiestruturadas com diretores dos campus e agentes políticos que ajudaram na instalação dos institutos onde estão localizados; e dados secundários com o uso de variáveis do IPEA, RAIS, Microdados do IBGE e INEP sobre trabalho, renda, economia, cursos, instituições e o quantitativo de egressos. As condições dos indivíduos altamente qualificados após a sua formação expõe um cenário de incertezas, precarização, trabalho mal remunerado e áreas não correlatas com a sua formação para aqueles que permanecem e, para aqueles que detém de reservas financeiros ou condições familiares e oportunidades, a possibilidade de realizar a migração em busca de melhores condições de emprego e renda.