AS CIDADES INTELIGENTES APROPRIADAS PELO MERCADO IMOBILIÁRIO: Uma Análise das Conexões e Contingências na Implementação das Smarts Cities Brasileiras
Cidades Inteligentes. Mercado Imobiliário. Modelos de Cidade. Estruturação Urbana. Empreendimentos inteligentes. Ceará. Rio Grande do Norte. Minas Gerais.
Esta dissertação propõe uma análise de seu objeto de estudo pautado no mercado imobiliário e a apropriação do modelo smat city no cenário brasileiro. Cada empreendimento inteligente traz uma vitrine mercadológica com seus respectivos impactos econômicos, sociais, territoriais e imobiliários. Diante disso, grandes empresas, multinacionais, startups e proptech, lançam seus empreendimentos em solo brasileiro e os caracterizam como inteligentes. Nos últimos cinco anos o mercado imobiliário cresceu junto com a oferta e procura por empreendimentos, cidades e bairros inteligentes, fato esse que tangenciou até o surgimento da autodenominada “Primeira Cidade Inteligente Inclusiva do Mundo”, a Laguna Smart City, localizada na cidade de São Gonçalo do Amarante, no estado do Ceará. As questões de pesquisa que se propõe trabalhar são: a) o mercado imobiliário adota o conceito de cidade inteligente? Como é ofertada essa cidade inteligente? seria essa cidade inteligente apropriada como mais um produto fruto mercadológico? Além dessas questões, o estudo propõe verificar o mercado imobiliário e a apropriação de certos modelos de cidade, mapear os agentes envolvidos que trabalham e moram nas cidades inteligentes, além de observar a atuação do poder público nesses empreendimentos. O objetivo é delinear uma análise que permita entender o conceito de cidade inteligente e a apropriação que essas empresas responsáveis pelas vendas e construções avocam para si. O estudo tem como recorte territorial os empreendimentos localizados nos estados do Ceará, do Rio Grande do Norte e de Minas Gerais, e concentra suas análises predominantemente nos empreendimentos denominados como cidades inteligentes. Adotou-se uma metodologia mista para pesquisa, com levantamento bibliográfico inerente ao campo teórico-conceitual de mercado imobiliário e cidades inteligentes, procedimento de pesquisa documental, em sites, plataformas governamentais e legislações como instrumento de coleta de dados secundários. No levantamento de dados primários, foram realizadas entrevistas semiestruturadas através com grupos estratégicos, envolvendo especialistas do mercado imobiliário e teórico que abordam a temática. Verificou-se que o conceito de “cidade inteligente” é apropriado pelo mercado imobiliário que se vale do conceito como marketing imobiliário, quando na verdade os requisitos fundamentais e estipulados na Carta Brasileira para Cidades Inteligentes não são atendidos. Embora sejam objetos de estudo os empreendimentos inteligentes no nordeste e sudeste do país, o empreendimento da região sudeste aponta uma maior possibilidade de atendiemento ao conceito cidade inteligente.