A DIMENSÃO DA PARTICIPAÇÃO NÃO INSTITUCIONALIZADA NA FORMAÇÃO DA AGENDA GOVERNAMENTAL:
Um estudo de caso sobre os bacamarteiros de Pernambuco.
participação social; ação coletiva; participação não institucionalizada; políticas culturais.
Num cenário em que as transformações ocorridas no interior dos sistemas democráticos também põem em xeque sistemas institucionalizados de participação social, revelando a emergência de modelos participativos extrainstitucionais, o presente estudo busca compreender sob que circunstâncias, de que modo e em que
medida a participação não institucionalizada tem assumido a capacidade de incidir na mudança de direção das políticas públicas. A partir da operacionalização da categoria de esfera pública subalterna, apresentamos um estudo de caso sobre a experiência da Federação dos Bacamarteiros de Pernambuco na mobilização de estratégias para a construção de diálogo junto ao poder público. Neste cenário, buscou-se identificar os papeis que os sujeitos assumem no processo de articulação entre sociedade e Estado, assim como o repertório de estratégias de diálogo
mobilizado em diferentes espaços hegemônicos. As questões trazidas na pesquisa problematizam o paradigma da participação institucionalizada, na medida em que discute-se a emergência de novos espaços de diálogo entre Estado e sociedade e apontam para novos entendimentos sobre quem participa e como participa.