Banca de DEFESA: FELIPE JEFERSON DE MEDEIROS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FELIPE JEFERSON DE MEDEIROS
DATA : 28/08/2024
HORA: 08:00
LOCAL: Auditorio do CCET
TÍTULO:

AVALIAÇÃO E PROJEÇÃO DOS EXTREMOS CLIMÁTICOS DE PRECIPITAÇÃO NO BRASIL COM AS GERAÇÕES DE MODELOS DO CMIP


PALAVRAS-CHAVES:

Índices climáticos, eventos extremos, mudanças climáticas, IPCC.


PÁGINAS: 145
RESUMO:

A ocorrência de eventos climáticos extremos de precipitação normalmente ocasiona enormes prejuízos econômicos e sociais, especialmente em localidades vulneráveis e com medidas de adaptação ainda incipientes, como é o caso do Brasil. Apesar desses fatores e de constatar que os eventos extremos estão se tornando mais frequentes, intensos e duradouros poucos estudos tem investigado esta temática no Brasil, e os existentes dificilmente avaliaram as projeções climáticas. É nesta perspectiva que o presente estudo surge, apresentando como objetivo principal avaliar o desempenho da simulação dos eventos climáticos extremos de chuva e suas projeções para o Brasil com o conjunto de modelos do Coupled Model Intercomparison Project (CMIP). Dentro deste escopo, vários modelos de circulação geral oriundos das diversas gerações do CMIP foram utilizados. Com os dados diários de alguns desses modelos, inicialmente investigou-se o número de dias secos (DD – precipitação inferior a 1 mm) e com chuvas intensas (HRD – precipitação acima do percentil 99th) sobre a região Nordeste do Brasil no período histórico (1981-2005) e projetou como esses extremos climáticos poderiam se comportar no futuro próximo (2016-2040) e distante (2076-2100) sob três cenários climáticos distintos (SSP2-4.5, SSP3-7.0 e SSP5-8.5). Os resultados indicaram que quatro (três) modelos apresentaram desempenho superior na reprodução dos dias secos (chuvas intensas), sendo comum em ambos os extremos o modelo EC-EARTH3. Assim, a capacidade dos modelos do CMIP6 para o NEB varia de acordo com as condições climáticas extremas de precipitação analisadas. Para o clima futuro (próximo e distante), os resultados mostraram que os dias secos deverão aumentar em todo o NEB, especialmente durante DJF e o MAM, e mais pronunciadamente na costa leste, com projeções que estas condições sejam mais severas no cenário SSP5-8.5. O número de dias secos poderá aumentar até 15%. Com relação aos HRD, embora os resultados sugiram que esta condição será mais frequente no futuro (o aumento pode exceder 140%), as projeções mostraram que, nos cenários de SSP2-4.5 e SSP3-7.0, o número de dias com chuvas intensas poderá ser mais elevado do que no cenário mais pessimista (SSP5-8.5). Em suma, esta parte inicial do estudo mostrou que ou irá chover demais num curto espaço de tempo ou a escassez hídrica será mais duradoura no futuro no NEB. Além disso, também foi constatado que aparentemente a evolução dos modelos do CMIP não melhorou a representação dos extremos climáticos sobre o NEB. Para investigar esse aspecto em mais detalhes, este ponto foi abordado na segunda parte do estudo, expandindo a análise para todo o Brasil, analisando uma maior quantidade de índices climáticos extremos - dessa vez sendo os sugeridos pelo Expert Team on Climate Change Detection and Indices (ETCCDI) - e utilizando modelos de todas as gerações do CMIP. Neste caso, foram calculados 8 índices climáticos extremos de precipitação para o período 1981-2005 e foram avaliadas as projeções para o futuro médio (2046-2065) e distante (2081-2100) considerando o cenário mais pessimista de cada geração de modelos do CMIP (SRES A2, RCP8-5 e SSP5-8.5). Para tanto, 4 métricas estatística foram utilizadas: enviesamento percentual (PBIAS), razão da raiz quadrática média pelo desvio padrão da observação (RSR), índice refinado de concordância (dr) e coeficiente de correlação de Pearson (CORR). Além disso, foi aplicado a métrica da classificação de modelos (Mr rank) para sintetizar se a evolução dos modelos do CMIP resultou em melhor simulação dos extremos climáticos. Os resultados revelaram que o CDD foi o índice de precipitação mais difícil de ser simulado, enquanto os melhores foram PRCPTOT e R20mm. O desempenho do modelo mostrou que a geração de modelos do CMIP3 tem melhor habilidade sobre o Nordeste do Brasil, o CMIP5 para o Centro-Oeste, e o CMIP6 para as regiões Norte, Sudeste e Sul. Portanto, pelo menos para o Brasil, a evolução dos ESMs do CMIP não refletiu uma melhoria substancial na representação dos extremos climáticos de precipitação em todas as regiões brasileiras. Além disso, todos os modelos das gerações do CMIP apresentaram dificuldade em simular as tendências observadas. Isso evidencia que ainda são necessárias melhorias nos modelos do CMIP. Apesar do relativo baixo desempenho no clima histórico, as projeções climáticas indicaram sinal de consenso entre a maioria dos extremos climáticos de precipitação e as gerações do CMIP, o que aumenta sua confiabilidade. Em geral, os eventos extremos de precipitação são projetados para serem mais severos, frequentes e duradouros em todas as regiões brasileiras, com as mudanças mais pronunciadas sendo esperadas nas chuvas fortes e secas severas na porção centro-norte do Brasil e no setor sul.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1280761 - CRISTIANO PRESTRELO DE OLIVEIRA
Interno - 1752417 - CLAUDIO MOISES SANTOS E SILVA
Externo à Instituição - ALVARO JAVIER AVILA DIAZ - URosario
Externa à Instituição - MARIA LEIDINICE DA SILVA - ICTP
Externo à Instituição - WANDERSON LUIZ SILVA - UFRJ
Notícia cadastrada em: 20/08/2024 09:14
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