ANÁLISE DE TENDÊNCIA E PREVISÃO DA VELOCIDADE DO VENTO NO BRASIL
Bootstrap Expectation Maximization; Mann-Kendall; Teste de inclinação Sen’slope; Previsão; Box-Jenkins.
O Brasil possui uma matriz elétrica em sua maior parte de recursos renováveis, sendo a energia eólica a terceira maior fonte dessa porcentagem, por isso é imprescindível o estudo das relações e variabilidade climática sazonal e interanual do vento em território nacional sendo um tema de importância econômica, científica, e que pode influenciar na geração da energia eólica. Com isso, o objetivo geral do presente estudo foi analisar as séries de longo prazo da velocidade do vento diária no Brasil a partir de dados coletados in situ durante o período de 1961 a 2020 e fazer previsões mensais da velocidade do vento para o ano de 2021. As fontes de dados são de 73 estações meteorológicas gerenciadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, os dados faltantes no conjunto de dados são preenchidos por imputações pela metodologia de bootstrap expectation maximization (EM) algorithm. Para analisar o sinal e a significância da tendência linear utilizamos o teste não paramétrico de Mann-Kendall e para quantificar a intensidade da tendência, o teste de Sen’slope, ambos a um nível de 5% de significância estatística. As previsões serão realizadas por meio da metodologia de Box-Jenkins. Os resultados preliminares indicaram tendências lineares, estatisticamente significativas, na velocidade média diária da velocidade do vento para a maioria das séries em estudo. Em geral, foi possível observar que as tendências durante o período de 1961 a 2020 foram negativas sobre a bacia Amazônica e positivas sobre o semiárido do Brasil. Foi observado que para a maioria das séries temporais a média da velocidade do vento durante o período de 1961 a 1990 foi maior do que a durante o período de 1991 a 2020 (valor-p < 0,05).