VARIABILIDADE DO VENTO E POTENCIAL PARA ENERGIA EÓLICA OFFSHORE NO LITORAL SUL DO BRASIL
WRF, Blended Sea Wind, Alta subtropical do Atlântico Sul, wind energy, complementaridade.
O Sul do Brasil é a segunda região que mais produz energia eólica no país e essa capacidade poderia aumentar consideravelmente se os recursos offshore fossem também explorados para essa finalidade. A geração de energia eólica offshore encontra-se em expansão em várias partes do mundo, mas no Brasil, em especial no Sul, ainda são poucos os estudos de prospecção dessa modalidade de produção de energia. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo principal avaliar a variabilidade do vento e densidade de potência (PD) simulada pelo modelo Weather Research and Forecasting Model (WRF) no Sul do Brasil, enfatizando a região offshore. Para isso, foram comparados os resultados das simulações com dados do produto Blended Sea Wind (BSW) da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) do National Environmental Satellite, Data and Information Service (NESDIS). O experimento numérico realizado foi para o período de cinco anos, entre 00UTC de 01/01/2006 a 00UTC de 31/12/2010. O domínio apresenta um total de 340 pontos de grade na direção zonal, 180 pontos na direção meridional e 35 níveis verticais, limitado a 50 hPa. Essa área compreende toda a região Sul do Brasil (estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), Uruguai e parte dos oceanos Pacífico e Atlântico. O WRF conseguiu reproduzir com considerável precisão a variabilidade da posição e intensidade da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS). Os valores simulados da velocidade do vento apresentaram médias sazonais equivalentes aos observados em 98% das estações do ano e a PD em 90% para a região costeira do Sul do Brasil. Observou-se também a possibilidade de complementaridade hidro-eólica na região. Como conclusão verificou-se que é possível utilizar o modelo WRF como ferramenta para avaliar a exploração de geração de energia eólica na região Sul do Brasil. Por outro lado, o modelo apresentou deficiência na simulação do vento nas regiões das Correntes do Brasil e Malvinas. Essa deficiência poderia ser corrigida usando um acoplamento do WRF com um modelo oceânico e com a utilização de uma parametrização que representasse de forma mais adequada a turbulência na camada limite planetária da região.