DOENÇAS SENSÍVEIS AO CLIMA: IMPACTO NA EXPECTATIVA DE VIDA SEGUNDO TIPOLOGIA CLIMÁTICA NO BRASIL
Classificação climática, Envelhecimento populacional, Grade of Membership, Modelos de efeitos mistos, Risco Competitivo.
A análise dos impactos do clima na saúde humana tem sido objeto de preocupação antiga entre estudiosos de diversas áreas do conhecimento. Em anos mais recentes, os investimentos em pesquisa nessa área ganham força devido à importância científica para sociedade em se buscar uma ampla compreensão da relação entre clima e população. Esse interesse é ainda maior diante do reconhecimento das oscilações nas condições meteorológicas médias ou na variabilidade climática de longo prazo. Este trabalho se propõe a investigar a mortalidade por doenças sensíveis ao clima na população idosa residente em regiões homo climáticas identificadas espacialmente no Brasil, nos anos 2000 e 2010. Uma classificação climática foi construída pela aplicação do Método Grade of Membership (GoM) com o objetivo de identificar áreas homogêneas levando em consideração as variáveis meteorológicas precipitação, umidade relativa do ar, temperatura máxima e mínima e velocidade do vento. Com a construção dessa tipologia climática, objetivar-se-á investigar a relação existente entre as taxas de mortalidade por doenças sensíveis ao clima e a características das sub-regiões climáticas homogêneas no Brasil com aplicação do modelo de efeitos mistos e finalmente será calculado o ganho na expectativa de vida da população idosa residentes nessas nova áreas consideradas no estudo, que ocorreria caso as doenças sensíveis ao clima fossem eliminadas das causas de morte desse grupo populacional, estimada pelo Risco Competitivo. Os perfis climáticos indicaram a existência predominante de três perfis distintos: Perfil 1 – caracterizado por precipitação intermediária, temperatura mínima mista de baixa e intermediária, temperatura máxima intermediária, velocidade do vento e umidade relativa do ar intermediária – o mais prevalente nesse estudo, representando 27,1% das microrregiões brasileiras localizadas nas regiões Sul e Sudeste do País; Perfil 2 – baixa precipitação, temperaturas mista de intermediária e alta, velocidade do vento alta e baixa umidade relativa do ar – com uma prevalência de 18,2%, destacando a região semiárida do Brasil e o Perfil 3 - com alta precipitação, temperaturas mista de baixa e alta, velocidade do vento baixa e alta umidade relativa do ar cuja prevalência foi a menor entre os três perfis 14,7%, nesse perfil encontra-se a região Norte e algumas microrregiões localizadas na região Sul do Brasil. Os perfis mistos definidos no modelo localizam-se nas zonas de transição de um padrão climático para outro. O próximo passo é relacionar a mortalidade por doenças sensíveis ao clima em cada um desses perfis e estimar o ganho na expectativa de vida da população residente nessas áreas. Esse estudo pretende contribuir na visibilidade das questões climáticas e de saúde pública, que possam propiciar subsídios para intervenções, com vistas à melhoria da qualidade de vida e saúde da população idosa.