EFEITO DO REFLORESTAMENTO NA HIDROCLIMATOLOGIA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO TOCANTINS-ARAGUAIA
Modelagem Hidroclimática; RegCM; Reflorestamento; Bacia hidrográfica do Rio Tocantins-Araguaia
As mudanças relacionadas ao desmatamento e seus impactos no clima e meio ambiente tem sido objeto de vários estudos em diversas áreas do conhecimento, o que traz à tona o debate sobre o papel das florestas na influência da hidrologia, do clima e dos serviços ecossistêmicos. O reflorestamento por espécies naturais abre espaço para implementação de serviços eco-hidrológicos de bem-estar humano, mecanismos de gestão de bacias hidrográficas e de adoção de medidas de mitigação. Contudo, antes de embarcar em atividades de reflorestamento, é necessário investigar a sua influência no clima e na hidrologia regionais. A área de estudo escolhida para essa investigação foi é Bacia do Rio Tocantins, onde os seus ecossistemas naturais vêm sendo reduzidos ao passo que amplia suas áreas agrícolas. Nos últimos tempos, estudos numéricos para verificar o efeito da cobertura vegetal vêm sendo realizados. No entanto, estes se concentraram principalmente na validação de modelos e estudos de processos e impactos do desmatamento. Objetivo deste estudo é quantificar o impacto de diferentes atividades de reflorestamento na hidroclimatologia da Bacia do Rio Tocantins, e assim, compreender melhor papel da conservação dos ecossistemas no ciclo da água e de energia na escala de bacia. A investigação será realizada a partir de simulações com o Regional Climate Model version (RegCM), amplamente utilizado em estudo climáticos sobre os efeitos do uso da terra no clima. O levantamento da base de dados hidroclimáticos, a implementação do modelo para bacia hidrográfica e a integração deste durante 10 anos já foram realizadas. Os resultados preliminares indicam que o RegCM simula satisfatoriamente a variabilidade espacial e sazonal da precipitação e temperatura do ar, com R² e PBIAS variando de 0,81 a 0,97 e -7,3 a - 0,9%, respectivamente, calculados com diferentes observações. O escoamento foi superestimado, embora tenha acompanhado a sazonalidade do escoamento observado, enquanto e a evapotranspiração foi subestimada e apresentou um padrão quase constante ao longo dos meses. Embora o modelo tenha apresentado limitações nas simulações das componentes hidrológicas, essa situação será solucionada com o aperfeiçoamentos do módulo de interação da biosfera-atmosfera do RegCM. Espera-se que esse estudo contribua no esclarecimento dos benefícios da manutenção dos ecossistemas em prover serviços de regulação hídrica e controle climático, e assim, contribuir na formulação de melhores práticas para mitigar os efeitos do desmatamento no clima e na hidrologia.