ACERCA DA DINÂMICA DA ATIVIDADE OSCILATÓRIA HIPOCAMPAL NA EXTINÇÃO DA RESPOSTA DE EVITAÇÃO
Extinção; Hipocampo; Atividade Oscilatória; Acoplamento Teta-HFO;
A extinção da memória de medo é o processo pelo qual uma resposta aversiva aprendida é reduzida por meio da exposição repetida ao ambiente associado ao medo, porém sem o estímulo aversivo. Este mecanismo é central tanto para a compreensão dos transtornos relacionados ao trauma quanto para o aprimoramento de estratégias terapêuticas. Apesar do reconhecido envolvimento de estruturas como amígdala, córtex pré-frontal e hipocampo, os marcadores eletrofisiológicos específicos da extinção instrumental aversiva ainda não estão totalmente caracterizados. Recentemente, o acoplamento fase-amplitude (PAC) entre oscilações teta e de alta frequência (teta–HFO) emergiu como um potencial marcador neural desses processos. Neste estudo, avaliamos a atividade eletrofisiológica do hipocampo dorsal de ratos durante a extinção da esquiva inibitória, com foco no acoplamento teta–HFO. Para isso, registramos potenciais de campo local (LFP) na região CA1 do hipocampo e analisamos o PAC em diferentes momentos da sessão de extinção, especialmente em torno do instante em que o animal abandona a plataforma segura para explorar o ambiente associado ao estímulo aversivo. Nossos resultados revelaram um aumento transitório e significativo do índice de modulação teta–HFO imediatamente antes da tomada de decisão, efeito que esteve ausente na pré-exposição e após a extinção, indicando especificidade para o período em que a memória aversiva ainda influencia o comportamento. Além disso, esse acoplamento mostrou forte correlação com índices comportamentais de esquiva, sugerindo seu papel preditivo na dinâmica da extinção. Em conjunto, os dados indicam que o acoplamento teta–HFO no hipocampo dorsal é um marcador neural promissor para a tomada de decisão sob ameaça durante a extinção da memória de medo. Esses achados preenchem uma lacuna importante na caracterização dos mecanismos oscilatórios da extinção instrumental aversiva e abrem caminho para futuras investigações sobre
intervenções que possam modular esse acoplamento, com potencial aplicação translacional em transtornos relacionados ao medo.