O Efeito Interativo da Presença do Predador e da Densidade de Coespecíficos na Biomassa e Estequiometria do Herbívoro
Estresse fisiológico, Ecologia do medo, Interações mediadas por características
Presas sujeitas ao risco de predação alteram seus fenótipos com o objetivo de aumentar suas chances de sobrevivência. Os benefícios na sobrevivência, no entanto, são obtidos em detrimento de outros componentes do fitness. O trade-off entre os benefícios e os custos atrelados a mudança fenotípicas possui consequências ecossistêmicas diretas e/ou indiretas. Dado os custos e as consequências destas alterações fenotípicas é importante que a presa avalie o risco de predação acuradamente. Desta maneira, o objetivo do presente estudo foi avaliar se a densidade de coespecíficos altera a avaliação do risco de predação por parte das presas e se o risco de predação provoca mudanças fisiológicas que por sua vez afetam o nível trófico basal. Para isso, nós conduzimos um experimento em mesocosmo com delineamento fatorial 2x3, com dois níveis de risco de predação e três níveis de densidade de coespecíficos. O experimento durou 18 dias e ao final foram analisadas as concentrações totais de carbono, nitrogênio e fósforo do perifíton e do corpo e excretas dos girinos. Não foram encontrados efeitos individual ou interativo do risco de predação e da densidade de coespecíficos na estequiometria ou biomassa dos girinos e do perifíton, refutando todas as hipóteses levantadas. Nossos resultados demonstram a densidade de coespecíficos não alterou a resposta fisiológica da presa ao predador e que mais estudos são necessários para elucidar como o estresse fisiológico é desencadeado.