Detectando mudanças em bancos de macroalgas marinhas através de série temporal de imagens satelitais Landsat (TM/OLI) para o Nordeste brasileiro.
macroalgas; análise temporal; ambiente intertidal; sensoriamento remoto.
As macroalgas são componentes vitais dos ecossistemas marinhos, apoiando uma imensa diversidade e fornecendo diversos serviços ecossistêmicos. Além do valor ecológico, as macroalgas têm grande valor econômico. Este estudo teve como objetivo analisar a evolução da variação da cobertura, distribuição e biomassa macroalgal em duas praias do litoral do Rio Grande do Norte (Rio do Fogo e Baía Formosa), Considerando um enfoque multitemporal. Para o estudo foram utilizadas imagens digitais orbitais do satélite Landsat 5 TM e do Landsat 8 OLI considerando uma abordagem multitemporal de aproximadamente 3 décadas (1991-2019). A partir das imagens digitais foi possível identificar diferentes ambientes recifais incluídos na área de cobertura macroalgal total, onde a classificação isodata separou ambientes de acordo com suas características de cobertura macroalgal e de acordo com o grau de inundação naquelas áreas. Em relação à cobertura total, foi observado que em Rio do Fogo houve aumento de 8% (de 27,27 ha a 29,34 ha) e em Baía Formosa houve redução de 30% (de 12,24 ha a 8,55 ha). Quanto aos valores de biomassa total foi observado que em Rio do Fogo houve aumento de 63% (de 2.436 Kg a 3.967 Kg) e em Baía Formosa houve aumento de 19% (de 1.206 Kg a 1.438 Kg). Ademais, encontrou-se, a partir de uma análise de dinâmica de vegetação que as zonas intertidais intermediária e inferior concentraram as áreas com significativa redução em ambos os locais estudados. Em conclusão, o estudo multitemporal realizado mostrou que o uso de sensoriamento remoto é uma ferramenta eficaz para investigar mudanças de cobertura e densidade macroalgal, mesmo em situações onde não se faz possível a validação em campo.