Ecologia e economia do açaí (Euterpe precatoria) em comunidades ribeirinhas na
Amazônia Central
Conservação, Manejo, Desenvolvimento Sustentável, Amazônia, Produtos florestais não-madeireiros.
A interdependência histórica entre populações humanas e o uso tradicional da biodiversidade e ecossistemas moldaram a Amazônia como um dos mais ricos e complexos sistemas socioecológicos do mundo. A Floresta Amazônica ainda enfrenta uma série de ameaças com o desmatamento para pecuária e produção de soja, abertura de estradas, além dos inúmeros impactos em curto e longo prazo das construções de barragens e sobre-exploração de recursos naturais. Todas essas ameaças têm um impacto global, já que muitos estudos já demonstraram o papel chave da maior floresta tropical do planeta na regulação do clima. As Unidades de Conservação são uma das mais eficientes estratégias para proteger a biodiversidade, mas a simples criação não garante sua efetividade. A conservação depende da integração entre os aspectos ecológicos e sociais das pessoas e instituições envolvidas com o uso e proteção da biodiversidade. Produtos florestais não-madeireiros são um componente cultural importante de
populações tradicionais e podem representar uma fonte significativa de renda. Especificamente a palmeira arbórea açaí (Euterpe precatoria, Arecaceae) é uma espécie de planta icônica da Amazônia com um enorme valor cultural desde a Amazônia Centrale Ocidental até a América Central. Recentemente tem ganhado atenção nos mercados nacional e internacional por conta de seu conteúdo enérgico e nutricional e suas propriedades antioxidantes. Este estudo foi desenvolvido com o intuito de fornecer informações sobre os aspectos sociais e ecológicos sobre uso e comercialização de recursos naturais por comunidades ribeirinhas na Amazônia Central, e especificamente sobre o açai (Euterpe precatoria) em diferentes habitats. Nós pretendemos que este estudo seja um primeiro passo para fornecer conhecimento científico e apoio para a organização social aos moradores locais para uma maior participação ao longo da cadeia produtiva do açaí e nas decisões de manejo, buscando alcançar os objetivos das Reservas de Desenvolvimento Sustentável.