Banca de DEFESA: ÁTILA DANTAS ESCÓSSIA DE MELO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ÁTILA DANTAS ESCÓSSIA DE MELO
DATA : 01/03/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Sala de Videoconferência do Centro de Convivência (PoP/RN)
TÍTULO:

Variação espaço-temporal de assembleias de peixes em poças de manguezais 


PALAVRAS-CHAVES:

sazonalidade; biodiversidade; gradientes ecológicos; ecologia de comunidades.


PÁGINAS: 49
RESUMO:

Florestas intertidais de mangue desempenham papéis importantes para a persistência de
espécies de peixes, fornecendo alimento e abrigo contra predadores para peixes marinhos
e estuarinos de pequeno porte. Apesar do grande avanço no conhecimento científico de
sistemas estuarinos e manguezais nas últimas décadas, pouco se sabe sobre a dinâmica de
comunidades de peixes nos ambientes temporários dos manguezais. Este trabalho busca
entender como as espécies de peixe se distribuem dentro da floresta de mangue ao longo
do estuário (dinâmica espacial), entre períodos de um ciclo sazonal (dinâmica temporal)
e de acordo com características de microhabitat. Realizamos cinco expedições de campo
entre novembro de 2017 e setembro de 2018 no manguezal do rio Ceará-Mirim
(Extremoz, RN). As amostragens foram feitas em 17 parcelas de 10m x 10m distribuídas
ao longo do estuário, onde coletamos peixes utilizando peneiras com esforço amostral
padronizado. Variáveis limnológicas e de microhabitat (raízes, poças, tocas, propágulos,
cobertura de dossel, profundidade e quantidade de poças) foram aferidas em cada parcela.
Foram coletados 1189 indivíduos pertencentes a 10 espécies: Kryptolebias
hermaphroditus
(52% da abundância total), Poecilia vivipara (24%), Ctenogobius
smaragdus
(11%), Ctenogobius shufeldti (2%), Ctenogobius boleosoma (2%),
Evorthodus lyricus (3%), Dormitator maculatus (1%), Eleotris pisonis (1%), Guavina
guavina
(4%) e Erotelis smaragdus (<1%). Abundância, diversidade e riqueza,
aumentaram e diminuíram no período chuvoso. P. vivipara e as espécies de Gobiidae
seguiram esse padrão, com abundâncias maiores durante esse período. K. hermaphroditus
e as espécies de Eleotridae foram mais constantes. Encontramos uma relação inversa entre
diversidade e abundância ao longo do estuário, em que quanto mais próximo ao mar,

maior diversidade e menor abundância, contrastando com as áreas mais acima do estuário

com menor diversidade e maior abundância. P. vivipara ocorreu principalmente nas áreas

mais acima do estuário, enquanto C. boleosoma e o E. pisonis tenderam a ocorrer mais
próximas ao mar. As outras espécies ocorreram de forma mais constante ao longo do
estuário. Além disso, as diferentes características de microhabitat dentro das florestas de
mangue também se mostraram importantes na distribuição das espécies. Encontramos
evidências de que as assembleias de peixes nas florestas de mangue, são moduladas tanto
pelas chuvas ao longo do ano, quanto pela proximidade com o mar e pelas características
de microhabitat e discutimos isso em frente ao conhecimento atual sobre peixes residentes
em manguezais.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 983.396.135-53 - HELDER MATEUS VIANA ESPÍRITO-SANTO - UFPA
Externo à Instituição - MARIO BARLETTA - UFPE
Externo à Instituição - TOMMASO GIARRIZZO - Uni Bremen
Notícia cadastrada em: 22/02/2019 15:56
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