"POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AGRICULTURA FAMILIAR: uma avaliação sobre a correspondência do PAA e do
PRONAF nos Territórios da Cidadania do Rio Grande do Norte - 2008 a 2010."
Políticas públicas; Territórios; Agricultura familiar.
A agricultura familiar tem sido considerada como o novo eixo de desenvolvimento rural do país, sendo
foco de diversas políticas públicas, com destaque para o Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar - PRONAF e o Programa de Aquisição de Alimentos - PAA. O PRONAF foi
criado com o intuito de oferecer crédito para os agricultores familiares, enquanto o PAA apoiar o
agricultor familiar mediante a compra da sua produção. Neste contexto, o objetivo geral deste
estudo é analisar a correspondência destas duas políticas públicas, para agricultura familiar,
nos Territórios da Cidadania do estado do Rio Grande Norte, entre os anos de 2008 a 2010.
Na metodologia, a análise foi realizada comparando-se as distribuições dos dois programas nos
territórios da cidadania do estado. Realizaram-se, ainda, testes estatísticos de diferenças de
proporções, e de correlações de Spearman, e, estimado, um modelo de regressão logit, com a
finalidade de mensurar a probabilidade de um agricultor participante do PAA está associado a
uma das modalidades do PRONAF. Os dados utilizados foram obtidos na Companhia Nacional e
Abastecimento - CONAB, no Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER, e no
Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA. Entre os principais resultados notou-se,
que as políticas apresentaram uma associada direta, porém baixa nos municípios dos Territórios
da Cidadania. E, que, nos anos de 2008 e 2009, somente nos territórios do Mato Grande,
Alto Oeste e Seridó, as ações do PAA e do PRONAF apresentaram correlações diretas e significativas.
Verificou-se, que na maior parte dos Territórios, as políticas são executadas de forma aleatória,
ou seja, que ambas não possuem correspondência entre si. As estimações do modelo Logit
mostraram que a chance de um agricultor familiar, participante do PAA, receber créditos do
PRONAF A, é mais elevada no território do Mato Grande, e que teria uma menor chance de se
enquadrar no PRONAF B em todos os territórios pesquisados. Além disso, os agricultores familiares
dos territórios do Assu-Mossoró, Sertão do Apodi, Seridó e Alto Oeste, que participam do PAA,
teriam mais chances de receberem créditos do PRONAF C, refletindo-se, assim, a agricultura
familiar mais consolidada destes territórios.