INOVAÇÕES FINANCEIRAS NA ERA DIGITAL E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A ESTABILIDADE FINANCEIRA
Inovações Financeiras; Instabilidade Sistêmica; Hyman Minsky
Inseridos em um contexto de financeirização, frutos da liberalização dos fluxos de capitais, desregulamentações e integração dos mercados financeiros, os ciclos de expansão e recessão são recorrentes e inevitáveis em uma economia monetária da produção. As dívidas assumem parte fundamental nesses movimentos, sobretudo pela importância do papel dinâmico das instituições financeiras para os investimentos e seus financiamentos (MINSKY, 1986). Isso é intensificado pelo desenvolvimento do sistema bancário e da expansão do crédito enquanto desdobramentos das desregulamentações financeiras das últimas décadas do século XX. Os momentos de instabilidade financeira foram impulsionados pelos saltos tecnológicos observados no século XXI, em especial aqueles relacionados às Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), que possibilitaram para os agentes novos espaços de negócios com o surgimento dos criptoativos, das Fintechs e a consolidação as Big Techs (Amazon, Google, Alibaba, Tencent, etc.), que passaram a influenciar boa parte do conjunto dos serviços financeiros. Apesar das melhorias pontuais nesses serviços, evidenciam-se novos gatilhos de instabilidade financeira, o que acentua a vulnerabilidade, especialmente, em momentos de crise dos ciclos econômicos. A partir de uma perspectiva Minskyana, o presente trabalho procurará investigar qual é o papel das tecnologias financeiras para a (in)estabilidade financeira.