Desindustrialização no Brasil: teorias e evidências para o debate.
Desindustrialização, Estrutura Produtiva, Indústria de Transformação.
Este estudo tem por objetivo contribuir com evidências para embasar o debate acerca de uma possível desindustrialização da economia brasileira, com ênfase no período pós-1995. O debate teve início em finais da década de 1980, contudo, recentemente a desaceleração da indústria ganhou força nas discussões do meio acadêmico. Entre as principais teses nesse debate está a novo-desenvolvimentistas que acredita na desindustrialização precoce causada principalmente pela sobrevalorização cambial. Não obstante, segundo a tese ortodoxa, a perda de competitividade devido ao custo elevado de produção pode ter causada a desindustrialização no Brasil. Por outro lado, parte da ortodoxia não acredita que o país esteja se desindustrializando. Nesta perspectiva, a estrutura produtiva brasileira atravessa uma fase de modernização favorecida pelo câmbio valorizado. Assim, na tentativa de lançar luz sobre esse debate, o presente estudo busca identificar as razões da desaceleração da indústria brasileira, enfatizando aspectos pouco explorados na literatura, e definir se o país padece ou não de um processo de desindustrialização. Ao analisar diversos indicadores, sobretudo, em nível de quantum, encontramos fortes indícios de que a desaceleração da indústria brasileira pode ser caracterizada como uma desindustrialização, porém ainda insuficiente para qualificar como precoce, dada a perda de participação da produção física na produção total e o aumento da participação dos bens primários na pauta de exportação.