VALIDAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM RISCO DE OLHO SECO EM PACIENTES INTERNADOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Estudos de Validação, Processo de Enfermagem, Olho Seco, Cuidados Críticos, Enfermagem.
O estudo tem por objeto a validação do Diagnóstico de Enfermagem Risco de olho seco em pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva, com base na Sistematização da Assistência de Enfermagem e em seus respectivos Sistemas de Classificação. A validação deste diagnóstico demonstra potencial de inovação, sobretudo com relação a processos na medida em que observa a exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária quanto à melhoria contínua dos processos de cuidado e do uso de tecnologias da saúde, a articulação e a integração dos processos de gestão de risco para a garantia de boas práticas de funcionamento do serviço de saúde. Ademais, visa aprimorar o processo de enfermagem e a acurácia no uso de suas taxonomias com vistas à detecção precoce do risco e prevenção de lesões. Estudo metodológico desenvolvido em duas etapas de validação de Diagnósticos de Enfermagem segundo Lopes, Silva e Araújo (2012): análise de conceito e validação clínica. Para a primeira etapa utilizou-se o modelo de Walker e Avant adaptado e uma revisão integrativa segundo Whitemore e Knalf (2005), que possibilitou identificar os atributos do conceito do Diagnóstico de enfermagem “Risco de olho seco” e seus antecedentes com a construção das definições constitutivas e operacionais. A segunda etapa procedeu-se pela validação clínica dessas definições para o Diagnóstico em questão e foi realizada na UTI do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) através de um estudo de coorte subdividido nas seguintes etapas: 1. Realização de treinamento teórico-prático com carga horária de 40 horas e avaliação téorico-prática da equipe de coleta dados composta por membros do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Enfermagem Clínica da UFRN, em setembro de 2015; 2. Estudo-piloto com 30 pacientes no período de novembro a dezembro de 2015; 3. Coleta de dados realizada no período de janeiro a julho de 2016. O instrumento de coleta de dados foi composto pelas seguintes variáveis: por dados sociodemográficos e clínicos; fatores de risco descritos na NANDA-I para o diagnóstico em questão; avaliação específica ocular do grau de exposição da superfície ocular (lagoftalmia), reflexo córneo-palpebral; número de reflexo de piscar por minuto; quemose, proptose, hemorragia conjuntival, presença e tipo de secreção ocular; avaliação geral do estado neurológico, hemodinâmico, respiratório e hídrico; dados laboratoriais; medicamentos em uso; e realização do Teste de Schirmer para mensuração quantitativa da volumetria filme lacrimal. Os critérios de inclusão foram: pacientes maiores de 18 anos, não ter olho seco na admissão na UTI, sem tratamento ocular instituído com medicamentos tópicos. Critérios de exclusão: menores de 18 anos, possuir olho seco na admissão, tempo de internação na UTI menor que 24 horas. Após atenção aos critérios de elegibilidade, a avaliação aconteceu diariamente durante um tempo de seguimento de até cinco dias, com avaliação final do desfecho pelos critérios estabelecidos e avaliados por dois diagnosticadores especializados no diagnóstico de enfermagem em tela. A amostra final foi composta por 71 pacientes, dos quais 132 foram excluídos pelos critérios elencados e 4 constaram como perdas no seguimento por recusa às avaliações subsequentes; 4. A análise descritiva utilizará frequências simples, média, mediana e desvio padrão. A incidência será calculada pelo número de casos novos em determinado período pelo número de pessoas expostas ao risco no mesmo período. As medidas de associação entre as variáveis de desfecho e preditoras serão calculadas pelo teste qui-quadrado, teste exato de Fisher. Para as variáveis quantitativas, utiliza-se o teste t-Student para amostras simétricas e o teste Wilcoxon-Mann-Whitney para amostras assimétricas na comparação entre os dois grupos. A simetria da amostra será verificada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. O nível de significância adotado será de 5%. A medida de associação entre exposição e desfecho a ser utilizada será o Risco Relativo. Ressalta-se que esta pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob parecer 918.510 e CAAE: 36079814.6.0000.5537 em concordância com a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, e nela foram observados e respeitados os preceitos bioéticos regidos por este ditame.