O SURTO COMO CRIAÇÃO: INTERFACES ENTRE O TRANSTORNO BIPOLAR E AS ARTES CÊNICAS NO PROCESSO CRIATIVO DE “ESPECTRO”
Transtorno Afetivo Bipolar; Processo Criativo; Prática como Pesquisa. Performance; Teatro.
Este trabalho estuda as interfaces entre as Artes Cênicas e o transtorno afetivo bipolar através da análise do processo criativo “Espectro,” desenvolvido pelo autor desta dissertação enquanto atravessava seu primeiro surto maníaco de bipolaridade. Usando a Prática como Pesquisa como metodologia principal, o estudo busca mapear a poética cênica de um ator-criador bipolar, os desdobramentos práticos e as particularidades do processo. A escrita se divide em três momentos: a descrição dos laboratórios práticos, vivências e estudos; depoimentos autobiográficos do autor justapostos à autobiografia da psiquiatra Kay Redfield Jamison (1996), relatando passagens de suas vidas com a bipolaridade; e reflexões sobre o processo criativo de “Espectro”, tanto no âmbito do Teatro quanto no da Performance, ancoradas em referências de diversos autores. Esta investigação vislumbrou a possibilidade de traçar ligações entre a criatividade na bipolaridade e também nas Artes Cênicas, tornando-se uma referência para artistas bipolares na cena contemporânea, além de ser um exemplo promissor de como a arte e a vida podem estar interligadas e borrar suas fronteiras em processos de criação.