TESSITURAS DE UM DOCENTE-ARTISTA CAMARENSE: A BIOGRAFIZAÇÃO COMO CONHECIMENTO DO PROJETO DE SI
Tessituras. Imaginário. Autobiografia. Teatro. Educação.
A presente pesquisa tem por objetivo realizar a biografização de meu trajeto enquanto artista-docente. Biografizar, de acordo com Delory-Momberger, “é o processo segundo o qual os indivíduos constroem a figura narrativa de sua existência” (2014, p. 81) de forma a socializar um percurso individual e, com isso, inserir-se em termos formativos em um contexto coletivo. Portanto, na pesquisa adotei o procedimento metodológico “biografização”, oriundo do campo (auto)biografias e histórias de vida, como forma de compreender como me tornei artista-docente com as singularidades e pluralidades que me compõem. Com a biografização do meu trajeto formativo enquanto professor da área de Artes do Município de João Câmara, busquei contribuir com pesquisas no âmbito da pedagogia do teatro e do ensino de arte na educação básica, particularmente, a do interior brasileiro. Os estudos das autoras Christine DeloryMomberger e Marie-Christine Josso conformam os principais referenciais da presente investigação. Enquanto fundamento epistemológico, a partir de suas abordagens em pesquisa (auto)biográfica e de histórias de vida como espaço de formação humana e profissional, traço um trajeto que tem como foco principal o eu-professor-artista atual olhando para um percurso formativo que é singular, pois me pertence, mas que também tem pluralidades, pois pertence ao universo amplo de um docente-artista que se forma e atua no interior do Brasil. É por meio da compreensão dos sentidos da minha existência singular-plural, como sujeito nas esferas artística e pedagógica, que apresento minha biografização como uma das muitas possibilidades de formação para a formatividade ou, nas palavras de Josso, de um indivíduo que sabe que “a invenção de si [pela narrativa] requer não só um discurso sobre si, mas projetos de si” (2008, p.43).