O sul corpóreo é uma metáfora que busca pensar as Epistemologias do Sul criadas por Boaventura de Sousa Santos como ponto de convergência com o fazer teatral. São investigadas as significações que traz consigo esta metáfora e a produção de conhecimento desde a ótica de um pensamento latino-americano. Esta busca por encarnar a metáfora se dá a partir da criação de uma prática corporal para o ator, levando à práxis conceitos das Epistemologias do Sul. Esta prática é regida pelo princípio da interculturalidade (SANTOS, 2010), principalmente a mistura de elementos do universo filosófico da capoeira e da cultura Maia, as duas filosofias do sul. Intenta-se resgatar destas práticas princípios psicofísicos, o estado do corpo ritual (transe), e o estado de jogo, direcionando esta prática para a construção de um processo criativo o qual tem como premissa de inspiração o imaginário simbólico de Quetzalcoatl (Kukulkán). Esta proposta de conceitos híbridos revela o caráter empírico como diretriz metodológica. Frente à complexidade que implica sistematizar os processos ambivalentes do corpo, e com o intuito de firmar o paradigma emergente da teoria de Boaventura (SANTOS, 2002), cria-se o uso simbólico de uma mandala, mostrando a dinâmica metodológica que envolve o processo em suas dimensões teórico-práticas.