O CORPO ALIENÍGENA NO ENTRE-LUGAR MÍDIAS E ARTES: UMA ANÁLISE DAS PERSONAGENS DE JORNADA NAS ESTRELAS
Corpo Alienígena, Corpo Monstruoso, Pós-modernidade, Jornada nas Estrelas, Entre-lugar.
Esta dissertação tem como objetivo geral compreender as continuidades e descontinuidades históricas na representação dos corpos monstruosos/alienígenas em seu diálogo entre a linguagem televisiva, teatral e cinematográfica. Procurando nesse interim, o entre-lugar nos espaços a cerca dessas linguagens no seriado Jornada nas Estrelas dos anos 1960, no projeto de teatro de rua Trek in The Park(2009-2013), e no filme homônimo ao seriado (2009). Nesses três objetos artísticos-midiáticos se verificou uma mudança na percepção ao corpo monstruoso. No decorrer da história visto em produções artísticas variadas como a representação do feio e produtor de sentidos de medo, constrangimento e riso. No corpus de análise pressuponho uma mudança ao olhar a esses corpos na pós-modernidade, sendo esse um período ou movimento onde se assiste a um maior protagonismo de minorias como gays, negros e mulheres, e ainda maior visibilidade do corpo monstruoso - agora gerador de identificação positiva - nos âmbitos da performance e da cena em geral. Portanto os objetivos específicos são: percorrer historicamente as concepções de corpo monstruoso, relacionar as concepções de corpo na pós-modernidade; analisar a produção de sentidos e o investimento político dos corpos alienígenas. De forma a atingir os objetivos, o trajeto teórico-metodológico se constitui por meio do movimento intericônico proposto por Courtine(2013), o qual se refere a imagens que estão ligadas a memória interna (lembranças) e externa (diversas imagens visualizadas). Juntamente ao conceito de Dispositivo de Foucault(1979) que pode ser entendido como a rede que interliga discursos, instituições, proposições filosóficas ou morais, enunciados científicos, etc. Conceito ampliado e atualizado por Agamben(2009). Dialogamos ainda com vários autores, no âmbito do corpo monstruoso: Baecque(2011), Courtine (2011, 2012, 2013), Eco(2007-2012), Foucault(2001), Goffman(1988) e Tucherman(2012). Quanto a pós-modernidade: Habermas(2010), Harvey(2010) e Hutcheon(1991).