Tramaturgia do Corpo Griot
Corpo; Capoeira Angola; Dança; Ancestralidade, Tramaturgia.
Este estudo corresponde a uma trajetória de pesquisa em dança iniciada ainda no período de
graduação e que desemboca nesta dissertação de mestrado. Ancorada nas metodologias:
Autoetinografia (SANTOS, 2017) e “Jogo da Construção Poética” (MACHADO, 2020), a
pesquisa se desenvolve a partir do entendimento de corpo que habita as fronteiras entre a
Tradição Oral e as Artes Cênicas, e que ao se mover conta histórias e anuncia ancestralidade, que
aqui chamamos de “Corpo Griot”. O termo Griot, na região ocidental africana, refere-se à figura
de um guardião e orador dos saberes culturais da sua comunidade que tem por função repassar o
conhecimento de geração em geração, a partir da oralidade (BÂ, 1982). Na investigação deste
corpo, interessa-nos perceber como ele se organiza e cria estratégias quando em processo de
criação ou situação cênica. A partir de narrativas de memórias ancestrais, tanto da minha família
materna, quanto da Capoeira Angola, forma-se na teia deste estudo, uma trama de questões
pessoais e políticas sobre o corpo e sua história, refletindo problemáticas étnico-raciais na vida e
nas artes cênicas, ligadas à minha trajetória. Essa trama, voltando-se a investigação em dança,
engendra uma dramaturgia interna, a Tramaturgia, processo metodológico que vem se
desenvolvendo durante esta pesquisa, maneira pela qual teceu sentidos entre: memórias,
narrativas, escritas e a criação do solo “Corpo Griot”.