Sensações fluentes: investigações compositivas conversando entre corpos
Sentir. Fluidez. Criação em Dança. Conversa Corporal. Percepção.
A presente pesquisa tem por objetivo uma investigação perceptiva sensível das sensações, sentimentos e emoções (DAMÁSIO, 2011; LABAN, 1978; LEAL, 2012) como meios potentes para a criação em dança considerando o processo histórico, cultural e pessoal do indivíduo. Para tanto, a pesquisa de cunho participante (BORGES; BRANDÃO, 2007) conta com investigações laboratoriais realizadas em grupo com a participação de cinco artistas denominadas conversantes, buscando diálogos corporais fundados na sensibilidade que por sua vez desencadeiam em construções dramatúrgicas envolvidas por memórias, afetos e percepções. A escrita-diário (OLIVEIRA, 2015) aparece como registro de experiências conectadas ao íntimo, pessoal, afetivo que se apresenta informalmente intrinsicamente ligado a uma escrita que possa ser mais próxima da efemeridade dançada. Sendo o laboratório propulsor da pesquisa, tomamos como referência a prática meditativa como foco e concentração; a improvisação em dança considerada como técnicas a partir dos conceitos de Mara Guerrero e Patrícia Leal, proporcionando liberdade à exploração de movimentos, encontrando características significativas como a fluidez apoiada nos estudos de fluência de Rudolf Laban por Ciane Fernandes, Lenira Rengel e Patrícia Leal associada à liquidez dos fluidos de Zygmunt Bauman. Assim como os laboratórios exploram uma conversa dançada entre corpos, a dissertação traz o diálogo também com autores como Duarte Júnior, Isabelle Launay, Jussara Miller, Klauss Vianna, Silvia Geraldi, entre outros. Pesquisar a importância de uma dança que parte de si sem negar ou separar o próprio sentir contribui para a construção de uma arte que expressa o humano, investigando a desestruturação de paradigmas cristalizados de pensar a dança existentes mesmo nos dias de hoje.