Cara da Mãe: uma jornada de criação pela via da Mitodologia em Arte
Experiências de vida; Jornada do Herói; Mitodologia em Arte; Cara da Mãe
Em meio ao desejo de contar a história de sua mãe e de suas antepassadas por meio da dança e do teatro, Janaína Gomes engravidou de Lótus, seu filho. No mesmo tempo/espaço, duas outras artistas, Ana Luiza Bione e Íris Campos, também grávidas, foram convidadas por Janaína a adentrarem no processo e juntas fundaram o Coletivo Cênico Tenda Vermelha, em Recife-PE, no ano de 2012. A busca por uma escrita de si partindo da experiência materna de cada artista-criadora deste coletivo fez do encontro com a Mitodologia em Arte um ‘caminho de criação’, um meio de transpor para a cena as experiências vivenciadas pelas artistas em contato também com outros coletivos de mães. A Mitodologia em Arte, criada pela Profa. PhD. Luciana Lyra a partir de seus estudos acerca da Antropologia do Imaginário de Gilbert Durand (2012) e da Antropologia da Experiência capitaneada por Victor Turner (1986), é um complexo de criação cênica que lida com forças pessoais as quais movem o atuante na relação consigo mesmo e com a alteridade, em retroalimentação (2010). A presente dissertação visa justamente desvelar a trama investigativa empreendida por Janaína Gomes e o Tenda Vermelha pela via mitodológica, e que acabou por resultar no espetáculo intitulado Cara da Mãe (2015), dirigido por Lyra. Escrito de forma autobiográfica (JOSSO, 2009), e performática (LYRA, 2010), a dissertação toma ainda como guia a jornada do herói (CAMPBELL, 2007).