Corpo-diário: da escrita de si à escrita da cena
Corpo. Diário. Escrita. Experiência. Cena.
A presente pesquisa debruça-se sobre o corpo e os diários, utilizando a metáfora do diário para pensar o corpo como registro, desejo e totalidade aberta. Investiga o trânsito criativo entre a escrita de si (especificamente na forma de diários) e a escrita da cena, compreendendo a primeira como o produto da escrita autobiográfica e a segunda como a composição da cena como um todo. Entende a passagem de uma linguagem para a outra como um processo de tradução e ficcionalização do material memorial do artista e por isso transpõe a ideia de autoficção para a cena. A cena é estudada a partir do seu caráter confessional e da utilização do depoimento pessoal, considerando que ele requer um gesto de desnudamento por parte do artista criador. Tal desnudamento agencia o encontro com o espectador e faz da cena um lugar potencial de promoção de experiência. A pesquisa é teórica-prática e descreve alguns dos percursos e percalços do processo criativo do experimento Desnude.