VIOLÊNCIA CONTRA A POPULAÇÃO LGBT NO NORDESTE BRASILEIRO
Diversidade humana; Violência; Formação social brasileira
A conjuntura que vivemos está permeada pelo recrudescimento do conservadorismo, regressão de direitos, contrarreformas do estado, aumento da violência e intensificação da exploração/opressão a que está submetida a classe trabalhadora em toda a sua diversidade, especialmente em se tratando das mulheres, de negros(as) e da população de Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT). O período histórico de crise estrutural do capital já impõe, por si só, imensos desafios à vida desses sujeitos. No entanto, o momento é também de avanço de uma direita extremamente conservadora sob o ponto de vista econômico e moral, com fortes traços fascistas e violentos, tendo como um dos exemplos a eleição de Jair Messias Bolsonaro (PSL) a presidente do Brasil em 2018. Nesse mesmo contexto, os dados indicam que o país se apresenta como o que mais mata a população LGBT do mundo, à frente, inclusive, de países em que a homossexualidade é oficialmente proibida e punida com pena de morte. Além disso, registram um significativo aumento dessa violência nos últimos anos. Se considerarmos sua distribuição regional, durante décadas, o Nordeste liderou os índices de mortes violentas contra essa população, caindo posições no rancking das regiões mais violentas apenas no período mais recente. É também nessa região que está localizado o estado mais perigoso para ser LGBT no país – Alagoas. Assim, diante dos elementos apresentados, nosso objetivo neste trabalho é analisar como se expressa a violência contra a população LGBT no nordeste brasileiro, com recorte temporal de 2011 a 2018, buscando entender a relação entre as determinações da sociabilidade capitalista, heteropatriarcal e racista e essa violência nas particularidades dessa região. Para isso, realizaremos pesquisa de tipo bibliográfica e documental, por meio da utilização de autores(as) no campo do materialismo histórico-dialético e de documentos/relatórios produzidos pelo Grupo Gay da Bahia, pela plataforma Disque 100, e pelo então Ministério dos Direitos Humanos. Acreditamos que as contribuições sociais e acadêmicas deste trabalho se apresentam em razão da necessidade de produzir conhecimento crítico sobre o processo de opressão/exploração por que está submetida a classe trabalhadora, impulsionando, assim, tanto a organização dessa classe quanto sua produção teórico-crítica à luz do que consideramos o método capaz de apreender, em profundidade, as contradições da realidade – o proposto por Marx.