“Nem messianismo, nem fatalismo! Pautas para análise das competências e atribuições profissionais dos/as assistentes sociais da atenção básica de saúde do município do Natal/RN”
Serviço Social. Trabalho. Exercício profissional. Projeto ético-político. Atenção básica de saúde.
Compreender a dinâmica societária e os caminhos por quais estão percorrendo as políticas sociais e a efetivação dos direitos sociais na conjuntura hostil e contraditória da sociedade capitalista, amparadas no ideário neoliberal, é imprescindível para analisar o exercício profissional dos/as assistentes sociais nos seus diversos espaços de inserção. Nessa perspectiva, o presente estudo é fruto de uma pesquisa de campo e bibliográfica com o objetivo geral de analisar como tem se desenvolvido o exercício profissional do (a) assistente social na Atenção Básica da Política de Saúde no município do Natal/RN, com vistas a contribuir para a discussão do fazer profissional e a importância do projeto ético-político como elemento norteador e indispensável para o Serviço Social. Os dados empíricos foram coletados a partir de entrevistas semiestruturadas com assistentes sociais lotados/as na atenção básica de Natal. Assim, foram entrevistados/as assistentes sociais de USF, UBS, diretor/a de Distrito Sanitário, diretor/a de unidade de saúde, NASF e Consultórios na Rua. Os dados da coleta foram analisados a partir da técnica de análise de conteúdo e os resultados expostos no capítulo três da dissertação. Os resultados demonstram a fragilidade das condições de trabalho nas quais se encontram os/as assistentes sociais, fruto de dificuldades vivenciadas pela política de saúde de modo geral, e que afetam os profissionais por se inserirem em processos de trabalho já definidos pelos empregadores e por terem as políticas sociais como principal campo de atuação. Outro ponto interessante revelado no estudo é a confusão/imprecisão que os sujeitos de pesquisa fazem ao se referir as competências e atribuições privativas do Serviço Social, principalmente sobre essa última por estarem inseridos em equipes multiprofissionais e interdisciplinares. Nessa perspectiva é de extrema importância problematizarmos o tema que ora se apresenta, pois é a produção do conhecimento acerca do exercício profissional, em tempos de regressão de direitos e fortalecimento do neoconservadorismo, que nos permite olharmos para os rumos que a profissão tem tomado e reiterar a necessidade da defesa do fazer profissional norteado pelo projeto profissional crítico.