“PRECISA DE TRATAMENTO E DE REPOUSO”: AS PRÁTICAS EDUCATIVAS DA SAÚDE NAS ESCOLAS DE APRENDIZES MARINHEIROS DA PARAÍBA E DO RIO GRANDE DO NORTE (1855-1933)
Escola de Aprendizes Marinheiros. Educação Sanitária. Regulamentos.
Esta dissertação tem por objetivo analisar como se instituiu a educação sanitária nas Escolas de Aprendizes Marinheiros entre os anos de 1855 e 1933. O recorte temporal inicia em 1855, com a criação do primeiro regulamento das Companhias de Aprendizes Marinheiros através do Decreto n° 1517, de 4 de janeiro de 1855, depois do surgimento da Companhia do Rio de Janeiro que pertencia a Côrte, e finaliza em 1933, ano em que foi publicado o último - dessa primeira metade do vigésimo século -, regulamento das Escolas de Aprendizes Marinheiros com o Decreto n° 22.400, de 26 de janeiro de 1933. Estas Escolas são fundadas como campo de formação e mão de obra para a Marinha do Brasil. Apresento neste estudo, análises sobre a história do corpo, da mente e saúde das Escolas de Aprendizes Marinheiros da Paraíba e do Rio Grande do Norte, onde, potencializo a discussão acerca desses cenários que eram na época, inóspitos, desagradáveis e hostis. Como aporte teórico, utilizo como principais conceitos: educação sanitária a partir de Ariadne Ecar, Ricardo Batista e André Mota (2022); disciplina postulada por Michel Foucault (2014); e cultura educacional em conformidade com o que Antonio Carlos Ferreira Pinheiro (2009) discutiu. Escolhemos como método, a análise do discurso pressuposta por Michel Foucault (2008) que me permitiu organizar o que é possível ser dito, o que pode ser considerado com vontade de verdade, o que é lógico ou faz sentido ser escrito entre o emaranhado de enunciados. Conclui-se que a implementação da educação sanitária nessas duas instituições, foi forjada em constantes tentativas, fazendo gestar documentos escritos inéditos sobre a educação para a saúde nas Escolas de Aprendizes Marinheiros do Paraíba e do Rio Grande do Norte.