O ENSINO DE TEATRO E A INCLUSÃO ESCOLAR: O JOGO IMPROVISACIONAL NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Necessidades Educacionais Especiais. Ensino de Teatro. Jogos improvisacionais.
O presente trabalho objetiva desenvolver uma prática pedagógica em teatro centrada no jogo improvisacional nos anos iniciais do Ensino Fundamental, em um contexto escolar, considerando a participação de alunos com e sem necessidades educacionais especiais. Para tanto, metodologicamente, adota os princípios da abordagem qualitativa, consistindo em uma pesquisa intervenção, fundamentada na premissa bakhtiniana de dialogismo e alteridade. Nessa direção, considera a oficina pedagógica como instrumento para efetivar o ensino de teatro na sala de aula, por meio dos jogos improvisacionais, possibilitando a construção de práticas coletivas ao levar os envolvidos a pensar, refletir, construir saberes, na e pela linguagem teatral. O itinerário da pesquisa conta com dez oficinas teatrais, sendo que as nove primeiras desenvolvem jogos improvisacionais e a décima, como proposta de fechamento das oficinas, foca em uma retomada reflexiva de todo o processo construído. A investigação ocorreu em uma escola da rede pública do município de Natal/RN, em uma turma de 5º ano, formada por 18 alunos na faixa etária de 10 a 14 anos, sendo 02 alunas com necessidades educacionais especiais. Para a construção dos dados, utiliza observação; diário de campo; entrevistas individuais (com as professoras) e coletivas, em moldes de rodas de conversa (com os alunos). O itinerário construído permite assinalar a pertinência da linguagem teatral ser viabilizada por meio dos jogos improvisacionais, provocando o envolvimento dos alunos, com e sem necessidades educacionais especiais, de forma espontânea, com liberdade de agir, criar, improvisar, imaginar. As formas e os níveis de participação, bem como os tensionamentos interativos em relação aos acordos e a própria compreensão daquilo que estava sendo ludicamente construído, foram delineando a configuração processual das oficinas, de tal modo que todos jogaram, a seu modo, como forma de exercitar, no contexto escolar, o encontro consigo mesmos, com o outro e com a própria arte teatral.