A formação social da região canavieira pernambucana-alagoana a partir da atuação do Estado brasileiro
Formação social; Região canavieira; Pernambuco; Alagoas; Estado brasileiro
Na fase em que a América ocupava papel central para o desenvolvimento mercantilista e constituição do sistema mundial contemporâneo, constituiu-se em certa porção da região Nordeste do Brasil uma formação social atrelada à monocultura da cana-de-açúcar. Como problema de pesquisa, a tese reflete sobre o recorte territorial de maior produção canavieira dos estados de Pernambuco e Alagoas e objetiva analisar sua formação social, considerando-a como elemento relacionado à atuação do Estado brasileiro e sua intervenção direta e indireta sobre a atividade ao longo da história. Como objetivos específicos visa-se examinar o desenvolvimento da atividade canavieira na região ao longo do tempo; reconhecer na economia sucroalcooleira a intervenção do Estado brasileiro desde a sua instalação aos dias atuais; discutir aspectos culturais-ideológicos da atuação dos agentes econômicos e políticos vinculados à agroindústria da cana-de-açúcar; e identificar espacialmente transformações e permanências no espaço geográfico regional. Em termos metodológicos, parte-se da pesquisa documental para levantamento histórico de dados quantitativos relacionados à produção de cana-de-açúcar e atuação do Estado brasileiro na economia canavieira; pesquisa bibliográfica para reconhecimento do embasamento cultural-ideológico de atuação dos agentes políticos e econômicos; e pesquisa de campo para identificação espacial das transformações e permanências no espaço geográfico. Como hipótese, considera-se que a região produtiva de cana-de-açúcar dos estados de Pernambuco e Alagoas é fruto da atuação estatal brasileira na economia canavieira, tendo sua gênese vinculada mais à política nacional do que à economia. Teoricamente o estudo norteia-se pelo conceito de Formação Social aplicando-o à compreensão de um subespaço inserido na totalidade. Como dimensão empírica define-se como subespaço a região canavieira que se estende do extremo norte de Pernambuco ao extremo sul de Alagoas. Ao valorizar-se a dimensão material do espaço geográfico a pesquisa considera como válida a dialética de base materialista por seu reconhecimento quanto à hegemonia da matéria sobre as ideias e por relacionar-se com um dos preceitos caros à análise geográfica proposta por Milton Santos, a totalidade, e com o próprio conceito de Formação Social por sua natureza totalizante.