Estabilidade de barragens para acumulação de água no Brasil submetidas à carregamentos sísmicos: estudo de caso da barragem Armando Ribeiro Gonçalves
Barragem de Terra; Sismos em Barragens; Barragem Armando Ribeiro Gonçalves
Barragens são extremamente importantes, sendo necessário garantir sua integridade e estabilidade em condições adversas, exemplificadas em sismos. A avaliação sísmica pode ser feita por diversos métodos, destacando-se a metodologia pseudo-estática. A aplicabilidade desse método depende da capacidade de definir coeficientes de aceleração horizontais e verticais representativos. No Brasil, a ANA permite a aplicação de coeficientes fixos, definidos desconsiderando a regionalidade sísmica. A região nordeste do Brasil apresenta relevante risco sísmico, tendo como uma de suas mais importantes barragens a barragem do Açu. Foram desenvolvidas análises pseudo-estáticas com a barragem do Açu, adotando coeficientes de aceleração definidos de formas distintas. Quando submetida aos coeficientes sugeridos pela ANA, a barragem apresentou estabilidade, com FS próximo a 1,4. Todavia, quando aplicada a metodologia proposta por Cruz et al. (2021), a barragem apresenta estabilidade utilizando coeficientes considerando tempos de retorno de 475 e 975 anos, e instabilidade utilizando coeficientes considerando tempos de retorno de 2.475 e 10.000 anos. Percebeu-se que o critério estabelecido pela ANA é capaz de representar eventos de menor escala, podendo não conferir um nível de segurança adequado a depender do local no Brasil, sendo sugerido a utilização de outras metodologias para a definição desses coeficientes de aceleração em barragens.