Comparação da filtração direta descendente com a dupla filtração na remoção de substâncias húmicas da água de uma lagoa costeira tropical.
Dupla filtração, filtração descendente, matéria orgânica natural, oxidação, taxa de filtração.
A presença de matéria orgânica natural (MON) em mananciais utilizados para o abastecimento público influencia significativamente o desempenho das unidades de tratamento de água (oxidação, coagulação e adsorção). A quantidade, o caráter e as propriedades da MON variam entre águas de diferentes mananciais e dependem dos ciclos biogeoquímicos dos ambientes circundantes. As lagoas costeiras brasileiras tipicamente têm baixa turbidez, de modo que a MON é fator determinante na dose do coagulante. Nesses mananciais, o tratamento de água em ciclo completo não é geralmente eficiente, pois os flocos produzidos na coagulação/floculação são leves, sendo as tecnologias de filtração direta descendente (FDD) ou ascendente (FDA) mais adequadas. Apesar disso, algumas lagoas costeiras tropicais podem apresentar picos excepcionais de turbidez (e de cor), devido às chuvas tropicais intensas e à degradação antrópica da bacia desses mananciais, de maneira que o emprego da dupla filtração (DF) pode ser vantajoso, pois pode conferir maior capacidade de retenção de partículas e MON, dando maior robustez ao sistema de tratamento. Apesar disso, a operação de mais unidades de filtração (ascendente e descendente) implica em maior demanda operacional, maior consumo de água de lavagem, energia elétrica etc., podendo resultar em maior custo para o tratamento. Nesta pesquisa serão realizados ensaios de tratabilidade em escala laboratorial e piloto de filtração direta descendente (FDD) e DF com a água de uma lagoa costeira tropical, com o objetivo de comparar a FDD com a DF para o tratamento da água, com destaque para a remoção de MON.