Análise in sílico do transcriptoma de células deficientes em GG-NER e TC-NER em respostas ao estresse oxidativo
Estresse oxidativo; Reparo por excisão de nucleotídeos (NER); GG-NER; TC-NER; CSB; XPC
A via de reparo por excisão de nucleotídeos (NER) remove lesões volumosas, como produtos da radiação UV (dímeros de pirimidina e 6,4-fotoprodutos), adutos de benzo[a]pireno e danos causados
por quimioterápicos. Além disso, a via NER tem mostrado sua importância no reparo de danos ao DNA causados pela oxidação ao lado da via BER, podendo ser utilizada no reparo dessas lesões
diante da deficiência em BER. A via NER é dividida em duas sub-vias, a via de reparo acoplada à transcrição (TC-NER), e a via de reparo global do genoma (GG-NER); A via TC-NER é responsável
pela reparação do material genético que está sendo transcrito, enquanto o GG-NER repara lesões de qualquer parte do genoma. Síndromes como as de Cockayne (CS), Xeroderma Pigmentosum (XP) e tricotiodistrofia (TTD) são algumas das consequências causadas por mutações genéticas na via NER, mutações estas que acarretam sensibilidade à luz UV e predisposição ao câncer, os quais são alguns dos sintomas presentes em pacientes das síndromes citadas acima e estão correlacionados com a deficiência na via NER. Sindromes como XP e CS possuem mutações em genes envolvidos na via NER e respondem ao estresse oxidativo com os mais variados fenótipos. Dessa forma, o presente trabalho analisou o transcriptoma de células deficientes em CSB (CS1AN) e XPC (XP4PA), linhagens celulares deficientes em TC-NER e GG-NER, respectivamente, tratadas com peróxido de hidrogênio (H2O2). A análise foi realizada através de ferramentas computacionais, como o Cytoscape, Panther e o MIENTURNET, com o intuito de predizer interações realizadas por essas proteínas que possam elucidar os diferentes fenótipos em resposta ao estresse oxidativo. O resultado da análise originou a
hipótese de que CSB e XPC estejam interagindo com proteínas envolvidas em processos não associados ao reparo, como por exemplo MAPK1, JUN, HDAC1, PIK3CD, TAF1, ELK1 e outras.
Surpreendentemente, células XP4PA apresentaram um grande número de miRNAs up regulados em resposta ao estresse oxidativo, sugerindo um papel para XPC na regulação desses transcritos.