Chromobacterium violacuem; Estresse oxidativo; Metabolismo
Chromobacterium violaceum é um bacilo Gram-negativo, de vida livre, saprófito e patógeno oportunista que habita no solo e na água na Amazônia. Tem como característica principal a produção de um pigmento violeta, a violaceína. Esse pigmento possui várias aplicações farmacológicas e biotecnológicas. Devido ao grande potencial biotecnológico, seu genoma foi totalmente sequenciado em 2003. A análise do genoma mostrou que esse organismo possui vários genes relacionados à aclimatação ambiental e à tolerância ao estresse. O objetivo deste trabalho foi estudar o proteoma diferencial em shotgun de C. violaceum em resposta ao estresse oxidativo provocado por H2O. Para tal, colônias de C. violaceum foram cultivadas na presença e na ausência de 8 mM de H2O2 por duas horas. Após este período as proteínas totais da bactéria foram extraídas utilizando tampão solubilização e dosadas por Bradford. Proteínas em um total de 20 µg foram submetidas a SDS-PAGE e ao final, as proteínas foram fixadas e coradas com comassie blue. Cada coluna do gel foi cortado em 9 pedaços, os quais foram cortados em tamanhos menores para assim serem descorados. As proteínas do gel foram então alquiladas e tiveram as pontes de hidrogênio reduzidas para, em seguida, serem digeridas pela tripsina. Os peptídeos trípticos gerados foram submetidos ao espectrômetro de massas tipo Orbitrap. Pacotes de programas de bioinformática auxiliaram na interpretação dos espetros detectados e na definição das proteínas diferencialmente expressas. A proteômica de shotgun revelou que C violaceum expressou 131 proteínas exclusivamente na condição controle, 177 proteínas passaram a ser expressas sob estresse oxidativo e 1175 proteínas possuem expressão nas duas condições. Análise dos resultados mostrou que na condição de estresse oxidativo, essa bactéria muda sua fisiologia, expressando proteínas capazes de; detoxicar o H2O, proteger biomoléculas, degradar moléculas oxidadas, combater ciclo lítico, modificar estruturas morfológicas, modelar expressão gênica, modificar proteínas entre outras. Sugere-se então, que C. violaceum possui mecanismos complexos, eficientes e versáteis em resposta estresse oxidativo. Várias ORFs hipotéticas foram detectadas nesse estudo e futuramente terão suas funções caracterizadas.