AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DE QUITOSANA EXTRAÍDA DO FUNGO Rhizopus arrhizus URM 8111 E AVALIAÇÃO DE SEU DERIVADO CONJUGADO COM ÁCIDO GÁLICO ATRAVÉS DE TESTES IN VITRO, EM CÉLULAS E IN VIVO UTILIZANDO MODELO ZEBRAFISH (Danio rerio)
Estresse oxidativo, quitosana fúngica, zebrafish.
O estresse oxidativo é uma causa de inúmeras doenças em humanos, isso provoca uma busca constante de novas moléculas que possam ter capacidade antioxidante e evitar o surgimento de doenças. O objetivo desse trabalho foi extrair quitosana de fungos (Chit-F) e sintetizar uma nova molécula, conjugando-a com ácido gálico, a qual foi denominada de Chit-FGal, a fim de potencilizar sua ação antioxidante. Após coleta, isolamento e identificação do fungo como sendo da espécie Rhizopus arrizhus, foi possível extraír a quitosana e após testes físico químicos como cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), infravermelho por transformada de fourier (FTIR) e ressonância magnética nuclear (RMN), confirmou-se que a mostra era quitosana, com grau de desacetilação 86% e baixo peso molecular, além disso, sem presença de proteínas e compostos fenólicos. Após isso, foi realizada com sucesso a síntese de quitosana fúngica + AG (Chit-FGal), comprovada pelo aumento em 4x da quantidade de compostos fenólicos em relação a Chit-F, como também o surgimento de um pico na região dos anéis aromáticos na análise de RMN. Ao ter as 2 amostras extraídas/sintetizadas e caracterizadas, foram realizados os testes antioxidantes in vitro (Quelação de cobre, quelação de ferro, Capacidade Antioxidante Total (CAT), poder redutor e sequestro de radical superóxido), onde as amostras tiveram atividades em todos os testes, porém Chit-FGal obteve resultados pelo menos 50% (p <0,05) superiores, demonstrando a potencialização das atividades ao modificar a molécula nativa. Ao testar Chit-F e Chit-FGal em células de fibroblastos (3T3), não ocorreu diminuição da viabilidade celular medida por MTT ((3-(4,5- Dimethylthiazolyl-2)-2,5-diphenyltetrazolium bromide) em nenhuma amostra, além disso, foi realizado teste de proteção do dano causado por peróxido de hidrogênio, onde Chit-FGal na concentração de 0,05 mg/mL demosntrou melhor proteção. Ao testar a capacidade antioxidante in vivo utilizando modelo zebrafish (Danio rerio), foi obtido um efeito de proteção dos embriões contra danos causados por peróxido de hidrogênio 0,06 mM (100% de embriões vivos) e álcool 0,5% (93% de embriões vivos), posteriormente foi analisado a taxa de morte celular via marcação com laranja de acridina, onde tanto Chit-F quanto Chit-FGal demonstraram ação protetora contra morte celular causada por peróxido de hidrogênio e álcool. Esses resultados demonstram o bom potencial antioxidante de quitosana extraída de fungos do solo do bioma caatinga (Chit-F), como também a potencialização dessa ação ao conjugar esse polímero com ácido gálico (Chit-FGal), o que torna essa nova molécula sintetizda como promissora para uso como antioxidantem tendo potencial de evitar uma série de problemas causados pelo estresse oxidativo.