Atrazina; biodegradação; biorremediação; Bacillus megaterium; Penicillium chrysogenum; bioprocesso.
A atrazina é um herbicida que ainda é comumente usado pelo mundo, mesmo sendo reconhecido como um potente disruptor químico-endócrino capaz de causar danos à saúde humana e ao meio ambiente. Por possuir alta mobilidade e persistência, resíduos ainda são encontrados em solos e águas. Diante disso, a presente Tese tem como objetivo analisar o potencial de degradação da atrazina por Bacillus megaterium CCT 7935 e Penicillium chrysogenum NRRL 807, através de experimentos de bancada e em microcosmos com solo, para biorremediação de áreas contaminadas. Para tratamento dos dados, usou-se Análise de Variância de Único Fator (ANOVA-One Way) e teste de Tukey (p<0,05). B. megaterium CCT 7935 foi capaz de degradar a atrazina usando-o como fonte de nitrogênio em escala de bancada, principalmente quando submetida a altas concentrações iniciais de atrazina (100 e 200 mg/L), com valores de eficiência de degradação superiores a 60%. P. chrysogenum NRRL 807 também demonstrou um grande potencial. Tanto a forma livre do fungo como a imobilizada apresentaram valores de eficiência de degradação acima de 40% quando submetidos à concentração inicial de 25 mg/L de atrazina, que foi usada como fonte de carbono. Os processos de remoção foram liderados pelo complexo enzimático do citrocomo P450. B. megaterium CCT 7935 e P. chrysogenum NRRL 807 também se mostraram eficientes na biorremediação de atrazina em microcosmos com solo, com valores de eficiência de degradação superiores a 75%. Ambas as cepas utilizaram os metabólitos da degradação como fontes de nutrientes. Apesar de P. chrysogenum apresentar uma pequena vantagem na eficiência de remoção, ele inibiu a microbiota natural, que também demonstrou, por sua vez, bom desempenho no tratamento de atrazina (eficiência de degradação de 76%). Os resultados obtidos por esta Tese consolidam o potencial do bioprocesso desenvolvido pelos microrganismos do estudo no tratamento da atrazina, e a biorremediação de solos configura-se como um exemplo das diversas aplicações possíveis, que podem se estenderem também para tecnologias de tratamentos de águas e efluentes.