TRANSE DOS TAMBORES: A ENCRUZILHADA DO BATUQUE NA CIDADE DO NATAL (RN)
Batuque; Cultura; Memória; Negritude; Cultura afro-brasileira
O estado do Rio Grande do Norte possui uma diversidade de manifestações culturais ligadas a ritmos percussivos, podemos citar o coco de roda, zambê e bambelô. Todavia, durante algumas décadas, manifestações culturais populares perderam o protagonismo na cena cultural da cidade. Nos últimos anos, alguns grupos e coletivos articulados em torno do batuque surgiram e passaram a atuar nas ruas e avenidas da cidade do Natal. A investigação pretende identificar e rastrear a cena do batuque na cidade do Natal, erguida a partir de grupos, coletivos, ajuntamento de simpatizantes, organizados através da percussão, do batuque (palavra associada costumeiramente pelos sujeitos envolvidos na cena), como elemento sonoro principal e ordenador das performances musicais afro-potiguares. A identificação desta cena permite construir um mapa imaginário das manifestações culturais afro-ameríndias retomadas nas últimas décadas e como os discursos em torno das questões identitárias, potencializam o surgimento dessas práticas culturais. Ademais, pretendo explorar todo o imaginário mobilizado pelas práticas culturais do batuque através da ideia de ancestralidade afro-ameríndia impulsionada pelos grupos e articuladas em conjunto com as comunidades dos povos de terreiros em Natal. Portanto, através desta pesquisa, tenciono contribuir com as discussões em torno dos conceitos de imaginário, ancestralidade, territorialidades, identidades, cultura, memória e tradição.