O movimento antigordofobia no Brasil: abordagens, perspectivas e formas de luta
movimento antigordofobia; gordofobia; ativismo digital; antropologia do corpo; movimentos sociais
Desde meados da década de 70 até agora, diferentes sujeitos e coletivos têm se empenhado em denunciar o estigma contra os corpos gordos, que desencadeia processos de desumanização, hostilização e descaso, caracterizadores da gordofobia. A presente pesquisa, a partir de uma etnografia virtual nas mídias digitais e do mapeamento de ações antigordofobia e projetos de lei com este caráter, pretende fazer uma caracterização do movimento antigordofobia. Para tanto, a partir de uma perspectiva interseccional, são apresentadas algumas abordagens que constituem o movimento antigordofobia brasileiro: dentre elas há as que se assumem radicais, ou mais alinhadas a certa conduta liberal e mercadológica, além de abordagens atreladas a produção de conhecimento acadêmico científico. Ademais, discutiremos acerca dos modos de organização coletiva do movimento com base na análise de projetos com enfoque em ações antigordofobia nos mais diversos eixos de atuação: saúde; acessibilidade; moda, beleza e amor-próprio; produção de conhecimento; e expressões artísticas e lazer. Por fim, uma análise acerca de como as demandas destes sujeitos chegam ao Estado é realizada. Busca-se, assim, compreender de que modo o campo está configurado, quais as disputas e discursos em tensionamento e de que modo elas o constituem e aos sujeitos que dele fazem parte.