Produção de alimentos e epidemia da fome: políticas e ações governamentais voltadas para Agricultura Familiar no Rio Grande do Norte
Antropologia da alimentação; Agricultura familiar; Políticas governamentais; Soberania e segurança alimentar.
Esta pesquisa propõe investigar, através de estudo etnográfico, ações governamentais voltadas para a agricultura familiar e para a soberania e segurança alimentar e nutricional no estado do Rio Grande do Norte. Sendo assim, propomos acompanhar as pessoas e os grupos e analisar os eventos, ações e associações que têm como propósito o fortalecimento da agricultura familiar. Serão descritos os circuitos, gestores, leis, editais, pesquisas, eventos e mobilizações ligadas ao tema para compreender as preocupações e engajamento desses grupos em relação a questões socioambientais e acompanhar como se dão os processos de desenvolvimento de políticas do setor. Interessa-nos estudar como se dão as relações estabelecidas entre agentes ligados ao Estado e profissionais e especialistas da alimentação e da agricultura familiar. Observamos as etapas, relações sociais, trocas de saberes e diferentes compreensões sobre as dimensões socioculturais da alimentação e sobre os atores sociais (nomeadamente os agricultores familiares) envolvidos na produção de alimentos do RN. Pensamos a alimentação e as políticas que a compreendem como um sistema simbólico (Bourdieu, 1989), isto é, um fenômeno estruturado e estruturante, pois ao mesmo tempo em que é configurado a partir da cultura, da história e de contextos sociais, também é formador de história, cultura e configurações sociais. A partir disso tentamos entender qual é o papel da agricultura familiar feita no Brasil e no Nordeste, problematizando o seu efeito no combate à fome e na garantia da segurança alimentar e nutricional.