PRÁTICAS, SABERES E AGÊNCIAS DAS MULHERES JUREMEIRAS NO ILÉ ASE DAJÒ IYA OMÍ SÀBÁ
ritual; jurema; mulheres; agência.
A jurema é uma religião genuinamente nordestina, composta por elementos que transitam entre práticas indígenas, afro-brasileiras e também o catolicismo popular. Partindo deste contexto, a pesquisa busca compreender como, a partir dos rituais realizados, as mulheres juremeiras constroem suas agências de poder, de projetos e de vida, de forma intencional ou não (ORTNER, 2006). Para tanto, trago, inicialmente, a trajetória da matriarca e fundadora do terreiro: Maria Pinheiro do Nascimento. Construo o diálogo com três mulheres, bem como com suas mestras e pombagiras, na missão de compreender e analisar suas trajetórias de vida e como ocorre transmissão de saberes e práticas que acontecem dentro e foral do ritual. Parto de uma etnografia do particular (ABUH-LUGOHD, 2018) para que esta escrita seja realizada de forma aproximada, a partir das suas próprias falas. Com este percurso, entremeado por várias atrizes/atores na construção de redes essenciais para a sabedoria sagrada, saio do ritual e desemboco no cotidiano para analisar questões pertinentes dentro da religião e do meio social: agência feminina construída por estas mulheres a partir de um conhecimento sagrado.