CINEMA, IMAGINAÇÃO E ESPAÇOS MEMORIAIS: TRAJETÓRIA ANTROPOLÓGICA DO IMAGINÁRIO NO CINEMA PERNAMBUCANO DE KLEBER MENDONÇA FILHO
Cinema, Antropologia, Imaginário, Gilbert Durand, Gaston Bachelard.
Esta dissertação de mestrado tem por objetivo apresentar o cinema de ficção como acervo antropológico imaginário. Nosso objeto é o cinema pernambucano do diretor Kleber Mendonça Filho e seus filmes Aquarius (2016) e O Som ao Redor (2012). Baseando-se nas discussões propostas por Gilbert Durand e Gaston Bachelard sobre imaginação simbólica, espaços poéticos e temporalidades, propomos investigar como o cinema funciona como um produto de representação e construção da realidade social, que fabrica códigos, símbolos, signos alegóricos, mitos e narrativas. Desse modo, tanto a representação quanto a construção da realidade social produzem o imaginário na sociedade. Discutimos a cidade simbólica como o lugar das representações, de criação de imaginações e de narrativas sociais de predominância espaço-temporal. Nesse entendimento, abarcamos uma perspectiva multidisciplinar de envergadura socio-antropológica afim de interpretar e analisar como os filmes contemporâneos que tratam a cidade do Recife como um lugar de intensas transformações relacionados ao espaço urbano desenvolvem discursos dos espaços poéticos memoriais cotidianos da cidade simbólica e da casa. Nesse sentido, a dissertação tem como base uma pesquisa teórica para empreender o cinema como possibilidade de investigação antropológica.