IDENTIDADE CIGANA, PROJETOS DE VIDA E LAZER NOS CIRCUITOS DE VAQUEJADA NA PARAÍBA
Equipe cigana, vaquejada, projeto de vida, identidade, etnicidade, lazer
O trabalho tem como objetivo analisar a reelaboração da identidade étnica de membros de uma família cigana que residem na cidade de Campina Grande/PB. O trabalho gira em torno de uma equipe cigana ou intitulada como “grupo cigano” que compete nos circuitos de vaquejada e que é constituída por três ciganos da família Targino Cavalcanti. A pesquisa consistiu, num primeiro momento, na revisitação de material jornalístico sobre a referida família, no intuito de reconstruir a trajetória dos ciganos entre os anos de 1970 e 1990, mais precisamente no evento descrito e narrado como “guerra ou saga cigana”. As reportagens acessadas publicizaram diversas imagens estereotipadas acerca dessa família, as quais repercutem até os dias atuais nos silêncios e evitações por parte dos não ciganos e do encobrimento em algumas situações por parte dessa família cigana. Em um segundo momento, a pesquisa procurou compreender a inserção dos ciganos Targino Cavalcanti no circuito de vaquejada e descrever as elaborações e concretizações de projetos de vida a partir do lazer, do consumo e da relação com os animais. E, por fim, o objetivo foi entender algumas questões referentes as relações interétnicas entre ciganos e não ciganos, expondo as representações dos não ciganos em relação aos ciganos. Através disso, foi possível perceber uma forma distinta de ser cigano frente aos demais ciganos localizados no sertão da Paraíba. Com base nessas questões, recuperamos algumas abordagens antropológicas como identidade, etnicidade, a relação com os animais, lazer, consumo e projetos de vida.